Sociedade angolana indignada com Lourenço

Sociedade não entende como é que em plena crise, faltando recursos para a criação de condições de biosegurança nas escolas públicas, o Executivo gaste tanto dinheiro na construção de um edifício e na compra de viaturas para governantes. Os edifícios arrestados pela PGR não poderiam acolher a CNE, questionam algumas personalidades.

Diversas personalidades da sociedade angolana, manifestaram sua indignação com depois que o Presidente da República, João Lourenço, autorizou (na segunda-feira), uma despesa de 44,7 milhões de dólares americanos para construção do Edifício Sede da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e do Centro de Escrutínio Nacional, com a empresa Mitrelli Group Ltd, do empresário Haim Taib. (Leia também: Em Angola, empresário israelita é o que mais “factura” com Covid19)

Formaliza assim a abertura do procedimento de contratação simplificada pelo critério material.

Reagindo o anuncio da construção do edifício da CNE, o jornalista Graça Campos, escreveu na sua rede social de eleição, Facebook, que “Não se considerando auto-suficiente, na linha daqueles que julgam que se bastam a si só, o Presidente João Lourenço seguramente está atento à reacção, muita adversa, da sociedade à construção de uma sede de raíz para o Conselho Nacional Eleitoral.”

O jornalista, espera que “mais cedo do que tarde, o PR ordenará a suspensão dos procedimentos conducentes à construção de um edifício para a CNE.” Afinal, acrescentou, “como qualquer angolano sensato, também o PR concordará que não é a falta de um edifício de luxo que tem inquinado as eleições em Angola. O problema da CNE está nos manicos desta vida.”

Na mesma plataforma, outro jornalista, Ismael Mateus, lembrou que apesar da COVID19, a Tanzânia que tem mais de 500 casos positivos e mais de 20 mortos vai realizar eleições gerais em outubro de 2020.

“Nós que não temos dinheiro para realizar eleições autarquicas, temos para construir a nova sede da CNE para cuidar de eleições que não vão ser realizadas. Algumas coisa está mal.” Lamentou.

No seu espaço de reflexão na rádio MFM, o economista Carlos Rosado deplorou a medida, num momento em que colégios privados foram responsabilizados a criarem de condições nas escola públicas, olhando para o provável início das aulas no dia 13 de julho.

“Tem que haver dinheiro para a educação, disse, afirmando que o Estado não pode depender dos colégios privados para reparar as casas de banho das escolas públicas.

Porquê que não dão estes 45 milhões para arranjar as casas de banho das escolas? Questionou.

O académico, expressou também sua indignação com a compra pelo Executivo de novas viaturas para os membros do Executivo.

O analista Jorge Baptista, é de opinião que devem ser aproveitadas infraestruturas ociosas construídas com fundos públicos, uma forma de recuperar o dinheiro mal investido.

“Se a CNE tem necessidade de um edifício condigno ou de instalações para trabalhar, existem muitas instalações ociosas que podiam servir.”

Os 45 milhões, considera, serviriam “muito bem” para resolver problemas nos sectores da saúde e educação que carecem de infraestruruas.

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