Quando não tiverem mais a possibilidade de ficar no poder, a “maioria absoluta” dos dirigentes do MPLA vai zarpar para Europa, EUA, Reino Unido, ou outro paraíso, desfrutar do seu dinheiro, de origem duvidosa, a semelhança do que fez seu mestre, José Eduardo dos Santos, que (des)governou Angola por 38 anos e hoje vive em uma mansão no exclusivo e caro bairro de Pedralbes, em Barcelona, Espanha.
Investigação do Confidence News, mostra que até políticos que ascendaram a pouco tempo, milagrosamente conseguiram comprar casas no estrangeiro.
Outra prática reiterada dos responsáveis políticos angolanos, é colocar os filhos no estrangeiros e transferir enormes quantidades de dinheiro, sob a capa de ajuda familiar.
João Lourenço, Presidente da República e do MPLA, encabeça a lista de políticos que têm casas e filhos no exterior. Tem casa nos Estados Unidos da América, no Brasil e em Portugal. Tem a filha caçula a estudar na Inglaterra. O Confidence News não conseguiu apurar se ela vive numa residência familiar ou arrendada.
Ainda nos EUA, têm residências, o vice presidente de João Lourenço, Bornito de Sousa.
A vice presidende do MPLA, Luiza Damião, jornalista de profissão, entrou para a classe dos políticos que preparam sua reforma política no estrangeiro, adquirindo uma residência em Portugal.
O país luso, é o porto seguro de outros colaboradores directos de João Lourenço, como Adão de Almeida – Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Pedro Sebatião – Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança, Edeltrudes Costa – director de Gabinete do Presidente, João Ernesto dos Santos “Liberdade” – Ministro da Defesa (Tem outra no Reino Unido).
Seguem-lhes o exemplo, Sérgio Luther Rescova, Bernarda Gonçalves Martins, Frederico Cardoso, Carlos Feijo, Fontes Pereira, Joanes Ándre, Ernesto Mwangala, Leopoldino Nascimento, Kopelipa e outros dirigentes do partido.
Marcolino Moco, político do MPLA, que por por muito tempo andou desavindo com a liderança do seu partido, também possui uma residência na terra de Camões. Não se sabe ao certo como a adquiriu, se na fase em que foi primeiro ministro de JES, ou depois.
Manuel Vicente, antigo vice presidente de JES, é talvez o angolano com o maior número de casas no exterior do país. Sabe o Confidence News, que o agora deputado do MPLA, quando decidir se mandar do país, poderá residir numa de suas propriedades nos EUA, Brasil, Portugal ou no Dubai.
Também nos EUA, tem residência o actual governador da província do Moxico, Gonçalves Muandumba. O patrão da secreta angolana, Fernando Miala, pessoa discreta no que os negócios dizem respeito, tem uma propriedade na África do Sul.
Políticos da oposição também têm propriedades no exterior
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, é proprietário de uma residência em Portugal onde viveu por longo tempo, enquanto servia o seu partido no exterior. O seu antecessor Isaías Samakuva, que também serviu a UNITA em vários países, possuí uma residência no Reino Unido. Ainda no Reino Unido, Abel Chivukuvuku, possuí também uma residência. Sabe de fonte segura o Confidence News, que as residências destes políticos, foram compradas com o dinheiro dos diamantes, ainda no tempo de Jonas Savimbi.
Reacção da sociedade
Ouvidos pelo Confidence News, analistas foram unânimes em dizer que esta prática reiterada, de retirar dinheiro de Angola para comprar propriedades no exterior tem empobrecido o país e revela que os dirigentes não têm o mínimo interesse em apostar no país.
Tal comportamento, acreditam, demonstra que têm estado a se preparar para viverem nestes lugares tão logo percam poder em Angola. O povo, concordam, vai continuar a não beneficiar de serviços sociais de qualidade porque os governantes têm sua atenção voltada para o exterior.
Na África do Sul e Namíbia, os dirigentes compram casas no interior do país, nas suas terras de origem, onde passam as férias com suas famílias, o que contribui para o desenvolvimento destas comunidades.
O falecido general Kundy Paihama, e o antigo governador de Cabinda, Mwete João Baptista, são apontados como sendo dos poucos políticos do MPLA, que apostaram na sua terra. O primeiro na Huíla e o segundo em Cabinda.