Proprietário do navio da Sonangol nega tentativa de furto e acusa efectivos do SIC de extorsão

Jorge Miguel Bartolomeu Fernandes, também conhecido por Jorge Power, da empresa Servi Max, presumível proprietário dos navios Petroleiros Ngol Dande, Ngol Bengo e Ngol Cunene, disse que os adquiriu da Sonangol Shipping, em 2017. O que se passou é que o SIC não o contactou para apurar o que interessava, tendo havido, por isso, margem para muita especulação.

Entrevistado por este Jornal a partir de Lisboa, Jorge Power disse não ser verdadeira a informação veiculada pelo Serviço de Investigação Criminal.

“Tenho contratos de compra e venda, desde 2017 de três navios sucatas: o Ngol Dande, Ngol Bengo e o Ngol Cunene que eram propriedades da Sonangol Shipping”, ilustrou, tendo Lamentado o facto de o SIC não o ter contactado.

Se o fizesse, assegurou, ter-lhes-ia mostrado a documentação completa dos navios.

“Estou em tratamento em Lisboa; tão logo regressar, estarei em condições de mostrar o quanto o SIC e Policia Nacional estão equivocados”, garantiu, referindo que não tem dívida com a antiga proprietária.

“Não se consegue fazer a transferência via Banca Nacional, por causa das divisas e da política cambial dos bancos; tenho todos emails dos Bancos BAI, BFA e BIC; nenhum deles conseguiu fazer a transferência”, atestou, acrescentando que teve que apelar a uma plataforma internacional, onde foi feita a transferência dos valores e está à espera apenas que esta agência faça os pagamentos à Sonangol Shipping, na ordem de 330 mil Dólares.

“Ainda que estejamos em atraso com os pagamentos, não significa que estamos a roubar algum navio; os navios são meus, estão comigo desde 2017; se tiver alguém que os reclamasse, seria a Sonangol”, esclarece.

Para comprovar o que diz, Power enviou um comprovativo de contrato de fretamentos entre a sua empresa, Seri Max, e a Sonangol rubricados por si e por João de Almeida pela Sonangol.

“USD 500 mil dólares, nunca existiram” Continuou:

“Tenho uma parceria com Jhonson Jerry Oyindamola, de nacionalidade nigeriana, mas ter-lhe vendido um dos meus navios, não corresponde com a verdade” esclareceu, acrescentando que os estrangeiros detidos são técnicos que vieram a Angola fazer um levantamento dos prejuízos causados aos navios durante o tempo que estão parados.

Efectivos do SIC queriam 25 mil Euros de ‘mixa’“Os indivíduos do SIC e Policia Nacional exigiam 25 mil Euros para libertarem dois agentes de navegação que tinham os vistos vencidos”, acusou, sublinhado que, ao invés de aplicarem uma coima, os homens queriam dinheiro ao vivo.

“O capitão entregou-lhes 20 mil, mas, mesmo assim, levaram os homens. Esta informação foi dada a conhecer a partir da Nigéria, porque o capitão encontra-se detido e incomunicável, revelou Jorge Power”.

Este jornal apurou de fonte segura que os armadores angolanos de navios de pesca, estão a preferir fazê-lo em países vizinhos devido as comissões que são cobradas por quem tem o dever de fiscalizar.

Quem tira vantagens disso, segundo a nossa fonte, são os chineses que não têm preguiça de pagar quando o assunto é chantagem dos fiscais.

O NA MIRA DO CRIME ouviu o porta-voz do SIC-Geral, Superintendente-chefe Manuel Halaiwa, que disse ser cedo para aferir a autenticidade da documentação que o empresário exibe.

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