O plano de longo prazo “Estratégia Angola 2050”, que propõe elevar o País para a categoria de rendimento médio, prevê um investimento de 1 bilião USD para a sua implementação. Dinheiro que o Governo espera conseguir de vários segmentos, como explicou o ministro da Economia e Planeamento, esta semana, durante a apresentação do documento às organizações internacionais, agências de desenvolvimento e missões diplomáticas.
“Precisamos mobilizar próximo de um bilião USD. Isto vem de investimento directo estrangeiro, vem de recursos dos cidadãos e vem também da banca comercial.
Portanto, vem das mais diversas áreas”, explicou o Mário Caetano João. De acordo com o documento, que está em consulta pública, pretende-se tirar partido dos nossos recursos, garantindo uma maior participação do sector privado (aumentando o crédito privado e assegurando grandes fluxos de investimento directo estrangeiro) e estabelecer relações mais fortes com os principais parceiros bilaterais e multilaterais.
O documento prevê a implementação de medidas que aumentem e estabilizem as receitas fiscais, aumentando as contribuições de uma base mais ampla, reduzindo a dependência da nossa economia relativamente ao petróleo e diminuindo gradualmente a dívida à medida que a economia cresce. Além disso, será necessário reforçar a capacidade de atrair investimento, nomeadamente eliminando os desincentivos e melhorando o ambiente para fazer negócios. Mas para que isso aconteça será necessário reter efectivamente o investimento privado no País e atrair investimento estrangeiro em larga escala, indo além do sector petrolífero.
Será ainda necessário melhorar a produtividade e criar emprego para grande parte da população de baixo rendimento, reconhecem os promotores da “Estratégia 2050”. A estratégia de longo prazo para os próximos 27 anos prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) não petrolífero crescerá 3,3 vezes, até 2050, passando de 84 mil milhões para 275 mil milhões USD.
Já o PIB per capita não petrolífero tem uma previsão de aumento de 1,2 vezes, saindo dos actuais 3,7 mil para 4,2 mil USD, contando com o suporte das exportações não petrolíferas, que deverão crescer 13 vezes mais, passando de cinco mil milhões para 64 mil milhões USD. O PIB, actualmente cifrado em 122 mil milhões USD, deverá atingir 286 mil milhões USD, ou seja, 2,4 vezes mais e a dívida pública conhecerá uma redução de 6%, saindo dos 66 para 60% sobre o PIB.
Segundo as projecções, nos próximos 27 anos, a esperança de vida dos angolanos aumentará seis anos, de 62 para 68 anos, enquanto a taxa de mortalidade de menores de 5 anos reduzirá de 71 por mil nados vivos para 19 por mil nados vivos. Espera-se com isso que, até 2050, a população aumente dos actuais 32 milhões para perto de 70 milhões.
Pressupondo-se já a redução do nosso índice de fecundidade de cerca de 5,4 filhos por mulher para 3,2. Neste contexto de explosão demográfica, a estratégia de longo prazo propõe a criação de postos de trabalho para reduzir a taxa de desemprego em 10 pontos percentuais, saindo dos actuais 30% para 20% em 2050.
Fonte: Expansão