As presidenciais no Gabão, previstas para 26 de agosto próximo, receberam 27 candidaturas, incluindo apenas duas mulheres, com o Presidente, Ali Bongo, a concorrer novamente contra uma oposição dividida, que não conseguiu escolher um candidato de consenso.
O Centro Eleitoral Gabonês (CGE) anunciou que rejeitou quatro candidaturas por estarem incompletas e confirmou a candidatura de Bongo, assim como as de Paulette Missambo, presidente da União Nacional, e Victoire Lasseni Duboze, líder da União de Alianças para uma Nova África (UANA), as duas únicas mulheres que aspiram à presidência.
Entre os candidatos figuram ainda Jean Boniface Assélé, presidente do Centro de Reformadores Liberais (CLR) e tio de Bongo, bem como Alexandre Barro Chambrier, do Rassemblement pour la Patrie et la Modernité (RPM), que se perspetiva como um dos principais rivais do Presidente nas urnas, segundo o portal noticioso gabonês Gabon Actu.
Jean Ping, figura proeminente da oposição, anunciou na semana passada que não se candidataria, argumentando que os resultados das eleições “são preparados com antecedência”.
Ping recusou-se ainda a apoiar outros candidatos da oposição e afirmou não ter “qualquer preferência nestas condições fraudulentas”.
Ping, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros do Gabão entre 1999 e 2008, concorreu às eleições de 2016 com o apoio de outros partidos e figuras da oposição, numa tentativa de derrotar Bongo, que acabou por vencer por cerca de 5.000 votos, num escrutínio a que apontou fraudes e cuja validade nunca reconheceu.
Bongo, de 64 anos, já tinha indicado que iria concorrer a um terceiro mandato nas eleições de 26 de agosto, que incluirão também eleições legislativas e autárquicas.
Será a primeira vez que o país realizará as três eleições em simultâneo.
O Presidente gabonês chegou ao poder em 2009, na sequência da morte do seu pai, Omar Bongo, que governou o país durante 41 anos, já nessa altura vencendo eleições que foram criticadas pela oposição.
Bongo foi reeleito em 2016, numa eleição cujos resultados não foram reconhecidos por Ping, que considerou “injusta” a decisão do Supremo Tribunal, que confirmou a sua vitória.