O Executivo perdeu milhões de dólares em vários projectos de impacto social e económico na província do Cuanza Norte, alguns concluídos e funcionavam, mas volta e meia foram abandonados, sem apelo nem agravo. É o caso, dentre vários, do Laboratório de Análises dos Solos do Horto Botânico do Quilombo, adstrito ao Ministério da Agricultura e Florestas, da fábrica de rações de animais, dos aviários e silos, que bem serviriam para alavancar o desenvolvimento da província hoje parada no tempo, com o desaparecimento do parque industrial de Cambambe em meados de 1980.
Depois do fim da guerra, no quadro do Programa de Investimentos Públicos (PIP) concebido pelo Governo Central, visando recuperar muitas infra-estruturas destruídas, o Cuanza Norte foi uma das províncias que muito beneficiou, mas as suas autoridades não tiveram o cuidado de preservar aquilo que esteve à sua disposição.
É doloroso ver muita infra-estrutura abandonada nos municípios de Cambambe, Golungo Alto, Lucala e Cazengo, este último, município sede da província, depois de ter sido gasto muito dinheiro, ante o olhar impávido e sereno de quem devia cuidar dos tais investimentos.
É inconcebível a lamúria de muitos governos locais e ministros que reclamam mais fatia do Orçamento Geral do Estado (OGE) para os seus pelouros, quando não conseguem cuidar o que têm à disposição.
A Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) devia entrar em campo para investigar as causas da paralisação de tantas infra-estruturas numa província onde a miséria é visível, não obstante o esforço dos camponeses.
Fonte: Pungo a Ndongo
