O Presidente da República viajou esta segunda-feira para Djibloho, na Guiné Equatorial, para participar na Cimeira Extraordinária da Comunidade dos Estados da África Central (CEEAC).
O encontro de alto nível vai se encarregar de preencher o vazio jurídico criado ao nível da presidência da CEEAC, antes ocupada por Ali Bongo, destituído por militares na madrugada da última quarta-feira, em Libreville, no Gabão.
“A reunião de alto nível da CEEAC resulta das consultas mantidas na passada quinta-feira, em Oyo, República do Congo, entre os Presidentes João Lourenço e Dennis Sassou N’Guesso [Presidente da República do Congo], em que foi assumida a necessidade da convocação de uma cimeira extraordinária da CEEAC com o objectivo de dotar a organização de uma liderança, a fim de evitar o vazio jurídico e de garantir a continuidade das suas actividades, tendo em conta os eventos ocorridos na república gabonesa”, lê-se numa nota chegada a redação deste portal.
O Presidente deposto do Gabão, Ali Bongo, presidia a CEEAC desde fevereiro. Fazem parte da CEEAC Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Tchad, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda, São Tomé e Príncipe e República Democrática do Congo.
Na semana passada, os militares tomaram o poder menos de uma hora depois do anúncio da reeleição do Presidente Ali Bongo Ondimba, alegando que os resultados das eleições presidenciais tinham sido alterados, e que o seu regime era marcado por uma “governação irresponsável e imprevisível”.
Bongo está em prisão domiciliária em Libreville desde o golpe. Sylvia Bongo, a sua mulher franco-gabonesa, também está detida em regime de incomunicabilidade, disseram os seus advogados na sexta-feira, anunciando que apresentaram uma queixa em França por detenção arbitrária.