Macau vai subsidiar bilhetes de avião para atrair mais visitantes estrangeiros

Macau vai lançar uma campanha para atrair mais visitantes estrangeiros, subsidiando pacotes que incluem bilhetes de avião, alojamento hoteleiro e bilhetes para espetáculos, a propósito do 25.º aniversário da região chinesa, em dezembro de 2024.

A campanha vai incluir ainda promoções no transporte transfronteiriço, restauração e entretenimento, sublinhou hoje o chefe do Governo na apresentação das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2024 aos deputados da Assembleia Legislativa (AL).

“O alargamento das fontes de visitantes internacionais” é o objetivo da iniciativa, sublinhou Ho Iat Seng, “por ocasião das comemorações” dos 25 anos da transição de administração de Macau, de Portugal para a China, que se irão celebrar em 20 de dezembro de 2024.

Nos primeiros nove meses do ano, a China continental e Hong Kong eram a origem de 98,9% de todos os turistas que chegaram a Macau, de acordo com dados oficiais.

Em fevereiro, Hong Kong anunciou que iria oferecer meio milhão de bilhetes de avião para atrair turistas e empresários de todo o mundo, após a região ter levantado as restrições à entrada devido à pandemia.

Mas Ho Iat Seng garantiu mais tarde, numa conferência de imprensa, que Macau não irá oferecer bilhetes de avião. “Vamos combinar com agências de viagens pacotes de viagens”, explicou.

“Temos de abrir o mercado internacional”, disse o chefe do Executivo, apontando para o Sudeste Asiático e “o mercado da Europa, [que] é também muito importante”.

O Aeroporto Internacional de Macau, que tem apenas ligações à China continental, Taiwan e Sudeste Asiático, vai lançar “mais voos internacionais diretos” e as obras de aterro e ampliação da infraestrutura serão lançadas na segunda metade de 2024, revelou o líder do Governo.

O aeroporto, atualmente com uma pista, tem capacidade para receber até 9,6 milhões de passageiros, mas a taxa de utilização é de “apenas 60%”, lamentou Ho.

“Espero que a Air Macau possa adquirir aviões maiores, para realizar voos de longo curso”, sublinhou o chefe do executivo, referindo-se à companhia aérea de bandeira do território.

Em junho, a diretora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, descreveu o lançamento de voos diretos entre Macau e Portugal como “um sonho”, mas lembrou também ser possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Cantão e Shenzhen.

Hoje, Ho Iat Seng prometeu que as autoridades vão aproveitar a ponte que liga a cidade a Hong Kong em cerca de meia hora de automóvel para “facilitar as deslocações de visitantes internacionais a Macau”.

A AL aprovou na semana passada, na generalidade, o Orçamento de 2024, que prevê um saldo positivo de 1,17 mil milhões de patacas (135,6 milhões de euros), após três anos de crise económica, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”.

O orçamento para 2024 prevê uma subida de 1,4% nas despesas totais, para 105,9 mil milhões de patacas (12,2 mil milhões de euros), valor que inclui um aumento de 3,3% dos salários da função pública.

Ho Iat Seng sublinhou hoje que as autoridades vão gastar 28,7 mil milhões de patacas (3,34 mil milhões de euros) em “medidas em prol do bem-estar da população”.

O Governo prevê um aumento de 1,8% nas receitas, para 107,1 mil milhões de patacas (12,4 mil milhões de euros), sobretudo graças ao imposto sobre o jogo, que deverá subir 48,7%.

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