Banco central chinês baixa taxa de referência para empréstimos a um ano

A redução visa “refletir melhor as mudanças no mercado”, diminuindo os custos de empréstimo e “apoiar, assim, a economia real”, ou ajudar empresas afetadas pela queda na atividade económica e procura.

O banco central chinês anunciou esta segunda-feira um corte de 20 pontos base na taxa de juro diretora, para estimular a economia, que registou no primeiro trimestre do ano a maior contração desde 1970.

O Banco Popular da China reduziu a taxa de referência para empréstimos a um ano para 3,85%, o mínimo desde que há registo, a partir de 4,05%, em fevereiro e março, e 4,15%, nos três meses anteriores. A taxa é calculada a partir de contribuições para os preços de vários bancos, incluindo pequenos credores que tendem a ter maiores custos de financiamento e maior exposição a empréstimos malparados.

A redução da taxa de juro visa “refletir melhor as mudanças no mercado”, diminuindo os custos de empréstimos para um nível inferior e “apoiar, assim, a economia real”, ou ajudar empresas afetadas pela queda na atividade económica e procura interna, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

Restrições sob a movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos e fábricas, como medida de prevenção contra o surto do novo coronavírus, que surgiu na China, em dezembro passado, ditaram a maior contração na atividade económica do país em várias décadas.

Em comunicado, a consultora Capital Economics assegurou que esta redução era já esperada, após o banco central chinês ter reduzido, na semana passada, em 20 pontos base, de 3,15% para 2,95%, as taxas de serviços de empréstimos de médio prazo (MLF).

Segundo Rasmussen, “o emprego permanece fraco e a procura externa está a ser suprimida por medidas de quarentena” além-fronteiras, pelo que “mais medidas são esperadas do banco central para fortalecer a atividade” e garantir que o crédito continua a fluir, apesar das interrupções causadas pelo vírus.

A China sofreu a pior contração económica desde 1970, no primeiro trimestre deste ano, após ter paralisado durante quase dois meses, devido às medidas de prevenção para travar a epidemia da covid-19.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, contraiu 6,8%, em termos homólogos, e a queda acentuada no consumo e atividade fabril sugerem que a recuperação será mais longa e difícil do que se previa.

O objetivo de Pequim é evitar a recessão, de forma a que a economia chinesa cresça no segundo trimestre, em termos homólogos.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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