A luta contra a corrupção em Angola, liderada pelo presidente João Lourenço, enfrenta desafios crescentes com o surgimento de uma nova geração de corruptos, apelidados de “novos marimbondos”. Estes são mais discretos, mas tão danosos para a sociedade quanto os seus predecessores, conforme apontado por Ismael Mateus, jornalista renomado, em sua coluna no Jornal de Angola.
Na análise de Mateus, apesar de os esforços judiciais do governo atual terem conseguido algum progresso, o verdadeiro problema da corrupção persiste, com a continuidade e até aumento das práticas corruptas entre os servidores públicos. Esses “novos marimbondos” operam de maneira mais sutil, mantendo a corrupção enraizada no tecido económico do país.
Além disso, Mateus destaca a necessidade de uma reformulação na estratégia de combate à corrupção que não só busque punir os culpados mas também preserve e promova uma classe empresarial nacional transparente e íntegra. Ele sugere que parte desse esforço inclua um programa de “angolanização” para proteger setores da economia destinados aos cidadãos nacionais, incentivando a formalização de pequenos negócios e o apoio a microempresários locais.
O jornalista também ressalta a importância de um Programa Nacional de combate à incompetência na administração do Estado. Segundo ele, muitos dos problemas de má gestão dos recursos públicos derivam não apenas de desonestidade, mas de uma falta crônica de planejamento e fiscalização competente. A cultura de responsabilidade e de responsabilização deve ser fortalecida, assegurando que os servidores públicos atuem sempre com o melhor interesse dos cidadãos em mente.
Este panorama serve como um lembrete crítico de que a corrupção pode evoluir e se adaptar, necessitando de uma vigilância contínua e de estratégias adaptativas para ser efetivamente combatida. A eficácia da luta contra a corrupção em Angola dependerá não só de conter os atos corruptos, mas também de promover uma administração pública competente e transparente, capaz de inovar e solucionar os problemas do país de maneira eficaz.
