790 milhões de dólares gastos na era de João Lourenço para adquirir autocarros sem prestação de contas, supervisão ou fiscalização

Uma nova investigação conduzida pelo jornalista Rafael Marques, divulgada no site Maka Angola, revela um escândalo financeiro de 790 milhões de dólares envolvendo a aquisição de autocarros durante o mandato do Presidente João Lourenço, sem prestação de contas, supervisão ou fiscalização adequadas.

A investigação detalha que a distribuição desses autocarros foi marcada por critérios pouco transparentes. Fontes do portal indicam que os governadores das províncias beneficiárias escolheram arbitrariamente as operadoras locais para a distribuição dos autocarros. Em Luanda, por exemplo, foram atribuídos 742 autocarros, mas a investigação contabilizou apenas 662. A empresa Angoaustral recebeu 75 autocarros e em menos de 4 anos apenas 20 estão em circulação.

Autocarros Escondidos no Zango

Uma das denúncias mais alarmantes feitas por Marques é a existência de 65 autocarros novos de marca Volkswagen Caio e Marcopolo, escondidos no Zango 3, município de Viana, desde 2021. Esses veículos fazem parte de uma frota de 1500 autocarros importados pelo governo para o “reforço da rede de transporte urbano regular em todo o país”, mas têm sido utilizados exclusivamente para campanhas políticas do MPLA, o partido no poder há 49 anos.

Falta de Políticas Públicas para Mobilidade Escolar

O termo “mobilidade escolar” tem sido utilizado pelo governo apenas como justificação para os gastos públicos, sem aplicação prática. Em áreas rurais, milhares de crianças caminham longas distâncias para chegar à escola, sem qualquer suporte de transporte escolar. Não há políticas públicas visíveis que melhorem a mobilidade dos cidadãos, especialmente dos estudantes e professores, nas áreas rurais.

A investigação de Rafael Marques aponta para uma gestão opaca e ineficaz dos fundos públicos destinados ao transporte em Angola, levantando sérias questões sobre a transparência e a responsabilidade do governo.

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