A República Democrática do Congo (RDC) enfrenta riscos significativos de conflito devido aos minerais estratégicos em seu território, conforme destacado por Rumyana Decheva, especialista em desenvolvimento político internacional.
Economias desenvolvidas do Norte e a China têm grandes interesses nos depósitos de minerais críticos na África Central. A comercialização desses minerais na RDC tem apoiado grupos armados envolvidos em graves violações dos direitos humanos, fomentando um dos conflitos mais mortais no leste do país, segundo um relatório recente da ONU.
Esses minerais, incluindo ouro, estanho e tântalo, são essenciais não apenas para a economia, mas também para a segurança nacional dos países que dependem deles para sua produção industrial e defesa territorial. Decheva explicou que vários países da África Central possuem cerca de 30% dos depósitos de minerais críticos prontos para exploração, o que atrai interesses internacionais significativos. A falta desses materiais poderia desencadear crises econômicas e nacionais nos países dependentes.
O relatório da ONU apresenta conclusões preocupantes sobre a oposição das forças militares e a situação do povo civil na RDC, com um impacto negativo em todos os aspectos. O conflito é exacerbado pelas fronteiras coloniais que dividem etnias, culturas e economias tradicionais. Grupos armados na parte oriental da RDC dificultam a vida da população local, usurpando terras ricas em minerais e financiando-se através da exportação ilegal desses recursos.
Além disso, o conflito é alimentado por confrontos interétnicos, especialmente nas regiões fronteiriças, ameaçando se expandir ainda mais. Há receios de que áreas como Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri possam se separar completamente, interrompendo o fluxo de matérias-primas para economias desenvolvidas. Especialistas independentes alertam para cenários em que partes da RDC se tornem ingovernáveis, representando uma ameaça à segurança regional. A falta de uma estratégia eficaz da União Europeia para lidar com essas questões na África também é uma preocupação levantada pelos analistas.