Gaydamak deseja regressar
Magnata russo-israelita é do homens que mais lucrou com a guerra civil em Angola, que teve início em 1975 e continuou, com alguns intervalos, até 2002, entre dois antigos movimentos de libertação, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com um custo de mais de 500 mil mortes e mais de um milhão de pessoas que foram obrigadas a se deslocar das suas zonas.
Homem com uma enorme fortuna de origem incerta, uma série de escândalos e alvo de várias investigações e condenações pela justiça francesa, Arkady Aleksandrovich Gaydamak, nasceu aos 8 de abril de 1952, em Moscovo, na Antiga União das Repúblicas Socialistas, hoje Rússia, no seio de uma família pobre.
Conhecido no mercado negro de venda de armas, sua ligação a dirigentes do MPLA, lhe valeram acordos multimilionários para vender armas, alimentos, medicamentos e equipamentos ao exército angolano.
O seu sucesso no mundo dos negócios, é frequentemente atribuído a conexões estreitas com a KGB e os Direcção de Segurança Territorial (DST), o serviço francês de contra-inteligência.
Charles Pasqua afirmou em uma entrevista ao Le Figaro que vários documentos secretos confirmam que o empreendedor era um agente do DST.
Segundo investigação do The Henry Jackson Society, entre 1993 e 1998, durante o período de guerra civil angolana, Gaydamak e o seu amigo Pierre Falcone, agindo através de uma empresa eslovaca chamada ZTS Osos, vendeu ao governo angolano 420 tanques, 12 helicópteros, seis navios de guerra e centenas de milhares de conchas e minas terrestres antipessoal.
O valor total dos contratos foi de 791 milhões de dólares, dos quais, segundo a investigação, 185 milhões foram para a Gaydamak.
As conexões de Gaydamak nos círculos russos mostraram-se cruciais para o sucesso de seus negócios com o governo do MPLA.
Gaydamak ajudou os líderes angolanos a regular a dívida com a Rússia e contornar o embargo de armas imposto pelo Nações Unidas, em 1992.
Como compensação pelas suas negociatas, Gaydamak chegou a receber um passaporte diplomático angolano.
Ao tempo em que a sua relação com governantes angolanos ia bem, Gaydamak adquiriu participações no sector petrolifero mas centrou-se no controlo monopolista do sector dos diamantes e na prestação de serviços de segurança.
Revelações do próprio Gaydamak a tribunal de Paris, dão conta que até até 1999, havia participado em transacções com as autoridades angolanas avaliadas em cerca de US $10 biliões.
No corrente ano, o ex – homem forte de José Eduardo dos Santos, viu perder para o seu compatriota (russo), Atanas Bostandjiev, o contacto de construção da Refinaria de Cabinda, que ganhou em concurso internacional.
* (o resumo do que li nos dois sites é isso. A menos que queiras que eu coloque aqui o processo que o empresário moveu contra algumas entidades angolanas)
Onde anda Gaydamak?
Em novembro de 2015, o bilionário se cansou de sua vida assuero, depois de não encontrar uma pátria na Rússia, Israel, França ou Angola, entregou-se a gendarmaria na Ilha de França, a região em que Paris está localizada, e foi levado sob custódia, para cumprir uma sentença de abril de 2011, quando foi condenado à revelia a três anos de prisão e pagamento de multa de 325.000 Euros por sonegação de impostos no caso “Angolagate”, envolvendo a fornecimento ilegal de armas à Angola.
Um veredicto anterior, aprovado em Paris no final de outubro de 2009, havia condenado Gaydamak e outra figura-chave do “Angolagate”, Pierre Falcone, a seis anos cada um por tráfico ilegal de armas, corrupção e evasão fiscal.
Gaydamak deseja regressar