A violência policial, antes mais associada a cidadãos comuns, ativistas em manifestações e zungueiras, agora se volta contra os próprios membros da corporação.
Vários vídeos compartilhados nas redes sociais mostram cenas chocantes de polícias sendo tratados com crueldade por seus próprios colegas. Casos de agressões graves e até de assassinatos entre policiais têm sido denunciados, levantando preocupações sobre a situação da segurança interna nas forças policiais.
A sociedade está em estado de choque, e especialistas buscam explicações para esse cenário alarmante. O sociólogo Álvaro Longuenda oferece uma análise contundente, afirmando que “é tempo de colher o que foi plantado”. Segundo o especialista, o que a sociedade está presenciando é fruto de anos de investimento governamental em uma polícia preparada para agir de forma violenta, ignorando os apelos por uma força de segurança mais humanizada.
“Durante muito tempo, a polícia foi moldada como um instrumento de repressão contra vozes críticas ou contra aqueles que não se alinhavam aos interesses governamentais. O resultado é esse: a cultura da violência se enraizou tanto que agora os próprios agentes policiais são alvos dessa prática dentro da corporação”, afirmou Longuenda.
Para o sociólogo, a única forma de reverter essa situação é através de uma reforma profunda no sistema judicial. “É necessário que a justiça seja verdadeiramente libertada para cumprir sua função de aplicar a lei de forma imparcial, incluindo a punição de crimes cometidos por agentes policiais”, defendeu.
Além disso, a segurança dentro das próprias esquadras tem sido questionada. Há denúncias graves de abusos, incluindo casos de mulheres que foram violadas dentro das esquadras. “É assustador que nem mesmo dentro das esquadras os cidadãos estejam seguros”, comentou Longuenda. O sociólogo alerta que, se medidas urgentes não forem tomadas, a situação pode piorar ainda mais.
A sociedade aguarda respostas e ações concretas, enquanto a violência entre policiais levanta sérios questionamentos sobre o futuro da segurança pública no país.