Eleições Moçambique. Venâncio Mondlane diz que resultados divulgados são falsos e aponta “fraude”

“Estamos a ver muita preocupação do povo face aos resultados de apuramento intermédio que estão sendo divulgados, que mostra de forma clara a falsidade, burla, fraude do nível mais vergonhoso do regime”, afirmou Venâncio Mondlane, numa declaração que surge após a divulgação de resultados pelas comissões distritais e provinciais de eleições, desde sábado.

Esses resultados, com exceção da cidade da Beira – que dão a vitória a Mondlane -, têm confirmado o candidato Daniel Chapo como vencedor, bem como o partido que o apoia, nas legislativas, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), em ambos os casos acima dos 50% dos votos.

“Nota-se claramente que o regime caiu, e estão a usar todos os meios possíveis para alterar e adulterar os resultados depositados pelo povo na urna. Estão a usar os órgãos de informação públicos e privados para serem cúmplices e apadrinharem a fraude e o sofrimento do povo”, acusou, assumindo-se como “vencedor inequívoco das eleições gerais” de 09 de outubro.

Venâncio Mondlane, que conta com o apoio do partido extraparlamentar Podemos neste processo eleitoral, depois de ter abandonado em maio a Renamo, maior partido da oposição, assegura que está a realizar a contagem paralela de votos destas eleições, com base nas atas e editais recolhidos nas assembleias de voto em todo o país e, por isso, afirma que os resultados de apuramento intermédio que têm sido anunciados pelos órgãos eleitorais distritais e provinciais são “falsos e viciados”.

Acusa ainda a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição), de entrar “no esquema” e de “adulterar resultados” em Maputo.

“A Renamo obteve somente 3%. Agora estão a dar acima de 20%. A Renamo entrou em um casamento repugnante, sujo, com o partido Frelimo para que roubem o partido Podemos, traição completa de todo projeto do André Matsangaíssa e do Afonso Dhlakama [fundadores da Renamo]”.

Acusa ainda a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), de entrar “no esquema” e de “adulterar resultados” em Maputo.

“A Renamo obteve somente 3%. Agora estão a dar acima de 20%. A Renamo entrou em um casamento repugnante, sujo, com o partido Frelimo para que roubem o partido Podemos, traição completa de todo projeto do André Matsangaíssa e do Afonso Dhlakama [fundadores da Renamo]”, acusou.

As eleições gerais de quarta-feira incluíram as sétimas presidenciais, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

Além de Venâncio Mondlane e Daniel Chapo, concorreram ao cargo de Presidente da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), e Ossufo Momade, apoiado pela Renamo.

De acordo com a legislação eleitoral, até ao final do dia de hoje deve estar concluído o apuramento dos resultados provinciais, tendo o apuramento ao nível dos 154 distritos do país sido concluído no fim de semana.

A publicação dos resultados da eleição presidencial pela Comissão Nacional de Eleições, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias (contados após o fecho das urnas), antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.

A votação incluiu legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir.

A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.

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