Angola enriqueceu libanês
Depois do fim conflito armado, em 2002, o então Presidente José Eduardo dos Santos, afirmara que a corrupção era o segundo mal no país depois da guerra. Apesar do reconhecimento público, nada fez para acabar com este mal, pelo contrário, promoveu o saque desenfreado e repartiu o erário com familiares e amigos.
O custo do desvio da riqueza da nação é incalculável, mas colocou Angola no fundo dos índices de indicadores sociais das Nações Unidas.
Ramzi Klink, cidadão libanês, é um desses amigos que benefíciou do assambarcamento do país. Um antigo colaborador do ex-presidente, descreveu a um jornal a relação dos dois: “Tinha uma relação muito próxima e estranha com José Eduardo dos Santos. Ele demitia ministros. Os ministros da construção passavam mal com ele. Nada andava nesse sector sem a Dar. Detinha o monopólio,’
Ex colega de José Eduardo dos Santos na União Sovietica, Ramzi, é dententor de várias empresas, através das quais, muito dinheiro saiu dos cofres públicos.
Na DAR-Angola – Consultoria Lda, criada por si em 1997, é sócio maioritário, detendo 57,14 por cento do capital, sendo que 40 por cento pertencem a multinacional libanesa Dar-Al Handasah (Shair and Partners) – onde também detinha acções.
A DAR-Angola – Consultoria Lda,durante décadas,
deteve praticamente o monopólio de elaboração e fiscalização das obras relevantes de arquitectura e engenharia do Estado angolano. Beneficiou de contractos multimilionários através de adjudicação directa.
Ramzi Klink, é acionista da Suninvest – Investimentos, Participações e Empreendimentos S.A, empresa que criou em 1996 juntamente com Mário Leonel da Silva Correia e José Antunes Neto Queiroz.
Representada por Ismael Diogo, presidente da Fundação Eduardo dos Santos “FESA”, a Suninvest se tornou num braço financeiro ligado à FESA, tendo entrado em parcerias com a Sonangol para acumulação de património significativo. Ramzi Klink foi um dos principais impulsionadores da constituição da FESA (a 5 de Março de 1996) e é, desde então, o seu mais influente curador.
A FESA, foi declarada como Instituição de Utilidade Pública de âmbito Nacional,
através da resolução n.º 14/96, de 20 de Dezembro, da Comissão Permanente do Conselho de Ministros. A sua primeira Sede, estava localizada na Rua Che Guevara, N. 139, nos anexos da empresa DAR-AL-HANDSAH, cedidos pelo então Curador Ramzi Klink.
Em 2019, A Procuradoria-Geral da República (PGR), divulgou uma lista de sete empresas privadas criadas com financiamentos do Estado angolano, que ainda não foram reembolsados. A Suninvest, constava da lista.
No mesmo ano, o Executivo de João Lourenço,
revogou um decreto assinado por José Eduardo dos Santos, que previa a entrega da farmacêutica estatal “Angomédica” a 100 por cento, por ajuste directo à Suninvest – Investimentos, Participações e Empreendimentos S.A.
Ramzi Klink, esteve ligado ao anulado projecto “Bairro dos Ministérios”, através da DAR-Angola – Consultoria Lda e da Suninvest – Investimentos, Participações e Empreendimentos S.A.
Angola enriqueceu libanês