Equipa económica incompetente

equipa economica do governo

Em 2017, JLo – como é carinhosamente chamado o Presidente angolano, criou optimismo ao prometer profundas reformas no país em recessão desde 2016. Embora tenha demonstrando coragem para fazê-lo, o Presidente não acertou na equipa. A próposito, o economista Yuri Quixina, dissera ao jornal Expresso que“se a equipa económica foi constituída para reformar a economia e não o consegue, então é a economia que deve reformar a equipa económica.”

Ponto de vista da equipe económica e das áreas conexas, percebe-se muito pouca competência, avaliou Josué Chilundulo, outro economista angolano, numa entrevista que concedeu a DW. Para ele, há um desfasamento entre aquilo que são as pretensões do Presidente e a capacidade real de reacção da sua equipa económica.

Outras vozes se têm levantado contra a incompetência da equipa económica do governo e alertam para as consequências sobretudo num período em que a COVID-19 deu um duro golpe a economia mundial.

Nem o recente emagrecimento do governo aquieta essas vozes, que acreditam que o Presidente pode formar uma equipe económica capaz de tirar Angola da crise.

Por altura da remodelação, o jornalista Reginaldo Silva, escreveu na rede social Facebook que a “forma como JLo mexe no Governo é verdadeiramente espantosa, pela negativa como é óbvio, se tivermos como referência outras latitudes democráticas mais ocidentais, onde este tipo de remodelação teria outras consequências.

João Lourenço já efectuou várias remodelações desde que é Presidente de Angola. A última a fez no passado mês de abril. Na altura, o jornalista Graça Campos a qualificou de “decepcionante, incoerente e confusa. “Decepcionante porque a “reforma” ficou-se pela rama. João Lourenço teve todas as condições para levar a cabo uma reforma que expurgasse o Executivo de todos os elementos que atrapalham a sua acção e, também, a imagem”, justificou.

Observadores, têm alertado ao Presidente para a necessidade de se desfazer de pessoas “toxicas” como Manuel Nunes Júnior – ministro de Estado para a Coordenação Económica, que já chefiou sem sucesso a equipe económica no governo de José Eduardo dos Santos.

“O ministro de Estado para a Coordenação Económica deveria vir regularmente a público dizer, em nome do Presidente da República, quais são as medidas estruturantes para reanimar o país”, escreveu o jornalista Rafael Marques no seu site Maka Angola, acrescentando que “Infelizmente, Manuel Nunes Júnior passa o tempo a esconder-se, quando é o principal responsável das medidas obsoletas. Também o é pela manutenção do centralismo económico de feição marxista-leninista, que a mais ninguém serve senão aos interesses privados da elite governante.”

De acordo com Marques, “a posição “invisível” de Manuel Nunes Júnior cria maior confusão no sector sob sua tutela, pois os ministros da Economia e Planeamento, Finanças, assessor presidencial para os Assuntos Económicos e o governador do BNA, que é membro do governo na sua formulação, estão-lhe subordinados.”

José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola, é outra figura que os observadores e empresários, pedem a JLo que seja exonerada. Apontam a galopante inflação, problemas das divisas que continuam afectar a economia e sistemáticas violações a lei.

O jornalista e investigador Rafael Marques, que reiteradas vezes denunciou as negociatas ilegais do homem forte do BNA, recentemente denunciou no seu portal que “o governador é simultaneamente sócio do Banco de Poupança e Crédito (BPC), um banco de capitais públicos, em três empresas criadas em parte por este banco. Trata-se da Fénix – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões SARL, a Mundial Seguros S.A. e o BPC Imobiliária. Estas empresas foram criadas na altura em que Massano era administrador do BPC, entre 1999 e 2006.”

Para o jornalista, do presidente da República exige-se coerência entre o discurso e a prática. A moralização deve começar entre os seus pares.

“Lima Massano tem de devolver as acções ao BPC, sem mais custos para o Estado, e apresentar a sua demissão. É simples.”

João Baptista Borges, ministro da Energia e Água, é outro dos colaboradores, várias vezes denunciado publicamente por actos ilicitos. Seu nome está associado a num negócio de garimpo de água (venda em cisternas). Em finais de 2019, o Maka Angola denunciou um esquema que levaria o Estado angolano a pagar duas  vezes a AEnergia, por 8 turbinas.

Energia e Águas, e o sector da construção estão entre os que mais dinheiro abocanharam desde o fim da guerra e que pouco trabalho ou de baixa qualidade têm apresentado. Ainda assim, Manuel Tavares de Almeida, ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território, contestado pela sociedade, continua a merecer a confiaça do PR.

Em 2019, este ministro levou o Presidente João Lourenço a mentir à nação, ao afirmar que a estrada nacional 230 Malanje/Saurimo estava reabilitada. Reagindo aos pronunciamentos do PR, motoristas que circulam por esta via, disseram à Voz da América que o Presidente da República, João Lourenço, tinha sido enganado.

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