Enteados do poder? (Parte 2)

Enteados do poder? (Parte 2)

Enteados do poder? (Parte 2)

Para quem em 2012 sonhou e contou publicamente, que desejava ser bilionário, por um fio ainda  figura na lista de milionários do país.

A Era Lourenço não tem sido boa para os negócios de Bartolomeu Dias, empresário que fez fortuna aproveitando-se do clientelismo que o MPLA impós no país.

Nascido há 53 anos no Cuando Cubango, Bartolomeu Dias, foi criado pelo padastro que era motorista dos comissários provinciais, pois que o seu pai falecera quando tinha apenas 3 meses de vida.

Tornou-se comerciante na juventude e veio para Luanda morar. A semelhença de outros empresários da sua região, é o “negício das lundas” que o catalputou para o comércio de automovéis trazidos da Europa.

Abriu a sua primeira empresa no início da década 90, a Angoinform, dedicada à importação de computadores do Brasil e tinha as escolas como destinatário principal.

O seu Grupo empresarial é composto por várias empresas, sendo as mais conhecidas a Diexim Expresso (aviação), a Angoinform (informática), a Divisão de Segurança, a International Travel (agência de viagem e de rent-a-car), a Diexim Rodoviária (camionagem), a Sul do Kwanza (Imobiliária) e a Cleaning (empresa de limpeza), algumas das quais inoperantes há algum tempo.

Bartolomeu Dias, é um cara experto, que soube indentificar opotunidades num regime que sempre privilégiou bajulação e nepotismo para favorecer emprestimos e contratos multimilionários sem concurso. Assim se fizeram muitos pseudoempresários, no tempo do governo de José Eduardo dos Santos.

O grupo BD já figurou na lista dos 25 maiores grupos empresariais africanos, reconhecimento feito pelo Africa Economy Builders Awards, enfrenta hoje uma crise profunda.

Corria o ano 2017, o grupo Bartolomeu Dias estava à beira de fechar mais empresas, um “milagorso” financiamento proveniente do Dubai (ver aqui), aliviou a situação das fábricas de óleo e sabonete da Nori (Nova Rede Industrial) que se encontravam paralisadas há cerca de um ano.

Em 2018, o empresário do MPLA, associou-se a governantes do circulo presidencial, Fernando Cardoso, na altura ministro de Estado e director de gabinete de João Lourenço, Pedro Sebastião, ministro de Estado e da Segurança, João Sequeira Lourenço, irmão de João Lourenço, e Augusto Tomás, ministro dos Transportes de João Lourenço, para promoverem aquele que seria o maior golpe da história da aviação civil angolana.

O quintecto, liderava um consórcio privado “Air Connection” para substituir a TAAG no segmento dos transportes aéreos domésticos, cujos aviões seriam comprados pelo Estado dentro de uma parceria público-privada. Pressionado pelo FMI e por alguns sectores da sociedade angolana, João Lourenço anulou o negócio e orientou que a TAAG ficasse com os seis aviões do tipo DH8-Q400.

Nos Dias que se seguiram, Bartolomeu proferiu uma série de ataques à Lourenço, chegando a afirmar que João Lourenço não quer criar empregos, é inimigo do desenvolvimento.

“Desde que entrou, o Presidente só está a colocar travões no desenvolvimento, não fez nenhum gesto que desse sinal de impulso à economia. (…) Não é falar bonito que vai desenvolver o país, faz-se trabalhando, definindo regras e estratégias para determinados sectores”, disse ao jornal Valor Económico de 11 de Junho.

Não se sabe ao certo, em que momento ocorreu o distanciamento entre o empresário e o PR. Mas sabe-se que com a agudização das dificuldades financeiras e sem apoios governamentais, BD tem reajustado a sua actividade empresarial e reduzido recursos humanos.

Em algumas entrevistas que concedeu a imprensa nacional, aventou a hipotése de redirecionar sua actividade para outros países da região, ao mesmo que tem defendido o apoio do Estado ao sector privado com vista a contribuir para diversificação da economia, bem como proporcionar emprego e combater a fome e a pobreza.

 

 

Enteados do poder? (Parte 2)

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