Cidadãos culpam governo por falta de soluções para travar pobreza

Aumenta cada vez mais o número de famílias em Angola, que se vê privada das três refeições “normais” diárias.

Cidadãos apontam o dedo ao governo pela sua incapacidade de criar e executar políticas para contrapor o aumento da pobreza.

A COVID 19, entendem os cidadãos, só veio piorar a situação que já andava “muito mal”.

Cidadãos entrevistados esta semana pelo Confidence News, manifestaram receios de que a situação se venha agravar.

Paulo Sapalo, que se apresentou como funcionário público, disse que no cenário actual os trabalhadores perderam o poder de compra o que trouxe dificuldades as famílias, em particular àquelas numerosas.

Sapalo, teme que com as restrições impostas pela pandemia, o governo venha a ter dificuldades para pagar salários.

Albino Malungo, que perdeu o emprego recentemente, responsabilizou o governo por não ter sido capaz de criar políticas para proteger o sector privado, que vem despedindo muitos trabalhadores ou mantendo-os sem salários.

O cidadão, contou estar a enfrentar sérias dificuldades para sustentar família e apontou para uma situação pior nas zonas periféricas da capital.

Para ele, enquanto não houverem “mudanças profundas na cabeça” dos governantes, continuará a aumentar o número de cidadãos miseráveis como consequência das más políticas do governo.

A viver num bate chapa (casa feita de chapas) num bairro periférico de Luanda, sem saneamento básico, luz e água potável, Avelina Jamba – vendedora ambulante, explicou ao Confidence News, que tem de andar diariamente kilómetros a pé em busca de sustento para a família.

Natural de Benguela, veio à Luanda a procura de melhores condições de vida. O esposo, um ex militar que aguarda inscrição do seu nome na caixa de segurança social das Forças Armadas Angolanas, trabalha numa empresa de segurança onde aufere menos de quarenta mil kwanzas, valor insuficiente para sustentar as duas famílias que tem.

Convidado a analisar o aumento da pobreza em Angola, o activista Bernardo Sangombe, disse ser fruto das “políticas erradas de uma elite que cada vez mais privilegia-se a si mesmo”.

Sangombe, aponta para um aumento de fenómenos sociais como prostituição e delinquência, em consequência do aumento da pobreza.

Dados do Fundo Monetário Internacional apontam para o crescimento da recessão de 3,2% na África subsaariana e o lançamento de quase 40 milhões de pessoas para pobreza extrema.

Já em Abril, a ONU alertou para o risco de uma tragédia de fome “de proporções bíblicas” no mundo, com Angola a figurar na lista de 35 países com a situação mais perigosa, já nas fases mais graves da escala de cinco: mínima, stresse, crise, emergência e, a pior de todas, fome.. Relatório Global de Crises Alimentares

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