Linhas de financiamento anunciadas pelo governo não têm passado de intenções e os bancos só concedem créditos aos grandes importadores, grupo pequeno de empresas ligadas à elite política.
A classe empresarial angolana está a ficar reduzida por conta da crise que o país vive e por falta de políticas governamentais de resgate, denunciou um empresário ao Confidence News.
Vários são os programas aprovados pelo governo, mas que na prática não trouxeram alívio as empresas, disse.
Com produção e vendas paradas, sem financiamento muitas empresas têm vindo a fechar e a mandar milhares de angolanos para o desemprego.
A situação está a ganhar proporções alarmantes e o país poderá conhecer “números astronómicos” de desemprego se não houverem medidas de reversão, alertou.
De acordo com o economista Carlos Rosado, a forte presença do Estado na economia, tem feito com que os bancos concedam créditos só ao Estado pelas garantias que este oferece e pelos juros que paga.
O académico, que aborda a economia do país as manhãs na rádio MFM, defende que o Estado não pode estar na economia a concorrer com os empresários e deve promover garantias para que os bancos concedam créditos as empresas.
O Banco Nacional de Angola, multou há dias, vários bancos comerciais por incumprimento da orientação de concessão de crédito ao sector produtivo.
O BNA obrigava a que os bancos disponibilizassem pelo menos 2 por cento os activos registados nos seus balanços a 31 de dezembro de 2018.
Carlos Rosada, entende que os bancos optaram pela multa de cerca de 600 mil dólares à conceder créditos de risco e sem garantias. O que os bancos comerciais ganham com o negócio que fazem com o Estado, estimula a que optem por pagar a “insignificante” multa.