Fretar avião para ir a Moçambique buscar o Man Gena revela o quanto é importante mantê-lo calado diz activista

Gelson Quintas, conhecido como Man Gena, foi expulso de Moçambique após ter seu pedido de asilo político negado pelo ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) devido à insuficiência de provas.

Um caso que tem atraído atenção internacional, “Man Gena”, ex-traficante de drogas e denunciante de um esquema de tráfico envolvendo altas personalidades em Angola, tornou-se figura central em uma complexa teia de eventos sobre o tráfico de drogas em Angola.

Man Gena, que já cumpriu nove anos de prisão por envolvimento com o tráfico de drogas em Angola, desvinculou-se da rede criminal e iniciou uma colaboração com as autoridades policiais angolanas. Contudo, após sofrer um atentado e perceber ameaças à sua vida por parte de indivíduos altamente colocados dentro do sistema de investigação criminal angolano, viu-se forçado a fugir do país. Sua jornada o levou primeiro à Namíbia, depois à África do Sul, e finalmente a Moçambique, onde buscou asilo político, negado pelo ACNUR devido à insuficiência de provas​​.

A situação de Man Gena se agravou ainda mais em Moçambique, onde ele e sua família encontram-se sob custódia. Denúncias feitas por ele, via redes sociais, acusam figuras de alto escalão da polícia nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC) angolano de envolvimento no tráfico de drogas. Essas alegações levaram à sua detenção em Moçambique, junto com sua esposa e filhos, devido a “pressões das autoridades” e temores por suas vidas. Man Gena expressou temores de envenenamento, enquanto sua esposa grávida denunciou ter sido negada assistência médica por mais de um mês​​.

A UNITA, principal partido da oposição em Angola, enviou uma delegação parlamentar a Moçambique para interceder pelas condições de segurança e liberdade de Man Gena e sua família. No entanto, encontraram obstáculos para contactar diretamente a família e foram informados sobre a falta de disposição das autoridades moçambicanas em esclarecer a situação. A falta de resposta do Ministério do Interior de Moçambique e da SENAMI (Serviço Nacional de Migração) às solicitações de visita e contato direto com Man Gena e sua família foi notória.

O ativista Pedro Sapalo, chama a atenção para a necessidade de um acompanhamento rigoroso da sociedade sobre este caso, sublinhando a importância de proteger os denunciantes e garantir justiça sem interferências ou justiça paralela.

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