JLo pediu a JES para transferir 20 milhões de Dólares para os Estados Unidos

lourenço

Estamos no começo de 1992, José Eduardo dos Santos não tem certeza se o MPLA continuaria a governar o país, na sequência das primeiras eleições multipartidárias para eleger o Presidente da República e os deputados, agendadas para Setembro. 

Angola está na ressaca da guerra civil e da economia centralizada. Todos os dirigentes do MPLA são pobres, resultado da ideologia marxista-leninista que o movimento de libertação adoptara.

Com sondagens de uma empresa de propaganda brasileira a darem vantagens a UNITA nas eleições legislativas e a Jonas Savimbi nas presidenciais, José Eduardo dos Santos é aconselhado a distribuir riqueza para os membros da cúpula forte do MPLA.

Nesta altura, João Lourenço ocupava o cargo de Secretário para Informação do Partido.

Fontes do Confidence News, revelam que aconselhado por assessores de François Mitterrand, na altura presidente de França, e de Boris Yeltsin, primeiro Presidente da Rússia, após dissolução da União Soviética, José Eduardo reúne a cúpula do partido e transmite o seu cepticismo.

Na reunião, o antigo presidente, aproveitou transmitir que gostaria de dar uma recompensa aos membros do MPLA, pelos bons ofícios realizados para engrandecer a nação e disse que caso o partido perdesse as eleições cada um podia seguir a sua vida com o dinheiro que receberia.

José Eduardo dos Santos receava que se o seu principal adversário Jonas Savimbi e a sua UNITA, ganhassem as eleições, faria ajustes de contas pelo que não seria prudente aos membros do partido receberem o dinheiro em Angola.

Muitos membros do partido como Julião Paulo Dino Matross, Roberto de Almeida,   Maria Mambo Café e tantos outros, insistiram em receber em Angola. Marcolino Moco, Pedro de Castro Van Dúnem Loy, pediram para receber metade do dinheiro em Portugal.

Foi nesta lógica que João Lourenço, na altura Secretário para informação do MPLA, solicitou ao então Presidente do Partido e da República José Eduardo dos Santos, para que os seus 20 milhões de dólares fossem transferidos para os Estados Unidos.

No entanto fontes do Confidence News, revelaram que com este dinheiro, João Lourenço, adquiriu a sua residência principal nos Estados Unidos da América e outras duas no Brasil e em Portugal.

Outro membro do partido que recebeu o dinheiro nos Estados Unidos, foi França N’Dalo. O antigo Chefe do Estado Maior das FAPLA, investiu igualmente no imobiliário, comprando duas propriedades na Carolina do Sul.

Há dias, numa entrevista concedida à  rádio MFM, Sindica Dokolo marido de Isabel dos Santos, afirmou que a casa que João Lourenço comprou nos Estados Unidos da América é resultado de corrupção.

Lourenço elegeu o combate a corrupção como  das suas bandeiras para o seu mandato. Figuras proeminentes da sociedade angolana, sempre questionaram a possibilidade disso vir a acontecer uma vez que o presidente foi eleito num processo marcado por muitas irregularidades. A Lourenço, que quer combater a corrupção, sempre foi solicitado a declaração de património, coisa que nunca apresentou. Uma matéria da DW, de setembro de 2017, apresenta uma lista de negócios em que ele está envolvido.

“É acionista do Banco Sol e do Banco Angolano de Investimentos (BAI). Tem também acções da Orion – Agência de Publicidade e Produção, empresa que surge no escândalo de corrupção da Lava Jato no Brasil, como tendo recebido 15 milhões de dólares de suborno da multinacional brasileira Odebrecth. É dono de um condomínio no luxuoso bairro de Talatona, em Luanda, construído com o financiamento do Banco BIC de Isabel dos Santos, a filha de José Eduardo dos Santos.”

O nome do presidente, está associado ao escândalo financeiro que levou à falência do Banco do Espírito Santo Angola (BESA). João Lourenço, terá recebido mais de uma dezena de milhões de dólares de empréstimo sem qualquer garantia.

Sabe-se que pouco antes das eleições de 2017, JLo passou negócios relevantes para nome de “testas de ferro”. Este tem sido o modus operandi de vários governantes e dirigentes políticos que, por força da lei, não podem exercer funções empresariais e que, por isso, indicam as suas cozinheiras, escriturários, estafetas ou motoristas como proprietários do seu património.

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