José Gama critica proposta de divisão de Luanda e alerta para aumento da corrupção

No programa “Conversa do Nosso Quintal”, o jornalista José Gama criticou a nova proposta do MPLA de dividir Luanda em duas províncias, anunciada esta semana.

Segundo Gama, essa iniciativa possui objetivos econômicos, políticos e visa deixar um legado para o presidente João Lourenço. No entanto, o jornalista questiona a eficácia e a moralidade do combate à corrupção promovido pelo governo.

Gama argumenta que, se Lourenço deixar o poder em 2027, seu legado será questionável. O combate à corrupção, que ele propós fazer quando chegou ao poder em 2017, é uma coisa abstrata”, disse o jornalista, acrescentando que o combate à corrupção foi mal feito e que os níveis de corrupção em Angola aumentaram ainda mais. “A única diferença é que mudaram os atores. Antigamente eram mais players a participarem da corrupção, hoje é um grupo pequeno, mas o volume de roubo continua a ser o mesmo”, afirmou o jornalista.

Sobre a proposta de transformar a zona do Zango, onde está localizado o novo aeroporto, em uma província, Gama explicou que, com a implementação das autarquias, a área poderia ser administrada por um autarca que não seja do MPLA. Para ele, a estratégia de transformar a região em província visa garantir que a administração local fique sob o controle de um governador nomeado diretamente pelo presidente da república, mitigando o impacto de uma possível derrota eleitoral.

O presidente da república já habituou-nos as contratações directas e continuará a ter poder de controlar directamente os contratos e oferecer aos membros de sua conveniência, considera. “Já dissemos também que a corrupção está nestes contratos que ele faz, falta transparência.Ainda vamos cintinuar a ter corrupção, desvios de fundos”.

Recorde que, nas últimas eleições, o MPLA perdeu consideravelmente em Luanda, o que levanta suspeitas de que a proposta de divisão de Luanda é uma estratégia para reduzir o impacto nas próximas eleições.

A estratégia de transformar em província deixará a administração da referida zona na mão de um governador que será diretamente nomeado pelo presidente da república.

 

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