Odebrecht declara falência no Brasil, mas mantém operações lucrativas em Angola

A Odebrecht, outrora a maior empresa de engenharia do Brasil, declarou falência, nesta quinta-feira (27), devido a dívidas massivas e à sua envolvimento em escândalos de corrupção que abalaram a política e a economia.

A empresa, envolvida num escandâlo de corrupção internacional e com dívida estimada em US$ 4,6 bilhões, afirmou que a crise financeira foi causada por “consequências da pandemia da covid”, que teriam ocasionado o aumento nos custos de insumos e de matérias-primas, dentre outros fatores….

Operações em Angola

A Odebrecht, conhecida por subornar políticos angolanos, mudou seu nome para Novonor como parte de uma tentativa de rebranding e distanciamento de seu passado conturbado.

Apesar do seu histórico de corrupção, a empresa tem assegurado contratos lucrativos com o governo angolano.

A Odebrecht esteve envolvida em vários escândalos de corrupção em Angola, onde foram revelados pagamentos de subornos a membros do governo ligados ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Entre 2006 e 2013, a construtora pagou cerca de 50 milhões de dólares em subornos a oficiais angolanos para garantir contratos de construção e outros projetos. Essas práticas fazem parte de um esquema mais amplo de subornos que envolveu diversos países da África e da América do Sul​​.

Envolvimento de Personalidades Angolanas

Várias figuras proeminentes do MPLA foram implicadas nos esquemas de corrupção. A empresa colaborou com o governo angolano, facilitando negócios para generais e outros oficiais de alto escalão, uma prática que sustentou a elite política do país. O ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, que esteve no poder por quase quatro décadas, foi citado em várias investigações como um dos beneficiários indiretos dos subornos da Odebrecht​.

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