País rico em recursos naturais, povo cada vez mais miséravel

Angola é um país rico em recursos naturais mas a sua exploração tem servido para enriquecer uma pequena parte da população, os governantes e pessoas à sua volta.

A riqueza natural contrasta com a extrema pobreza que assola a esmagadora maioria da população, que segundo indicadores  vem ficando cada vez mais pobre, vivendo com menos de um dólar por dia.

Parte considerável dos bilhões gerados pela extracção dos recursos naturais é desviada para o estrangeiro, onde a elite angolana compra activos, beneficiando outros povos.

Do que fica no país, o governo gasta maior parte em defesa e segurança em detrimento da melhoria dos serviços sociais para o povo.

A taxa de mortalidade infantil, até aos cinco anos, está no topo da lista mundial. A subnutrição explica parte das mortes de crianças, no país com uma taxa de natalidade elevadíssima.

Falta água, luz, saneamento básico, no país onde os governantes recebem luxuosas viaturas periodicamente.

Parte considerável das crianças em idade escolar não estudam por falta de escolas, nalguns casos por falta de professores, ou estudam em condições precárias.

O luxo nos condomínios em que vivem os governantes e das viaturas que os transportam, contrasta com lixo dos bairros onde mora o povo.

O serviço público de transporte é praticamente inexistente. O transporte privado, vulgo kandongueiro – a alternativa para os cidadãos é caro, particularmente nos horários de ponta, quando os taxistas, com a “conivência” da Polícia, encurtam o percurso com o desejo de ganhar mais.

Para piorar a sorte do povo angolano, chegou a COVID 19, que “ajudou” a fechar mais empresas e a mandar para o olho da amargura milhares de funcionários. A maioria da população que sobrevivia do sector informal da economia, perdeu seus pequenos negócios e viu as dificuldades se acentuarem.

Diferente de outros países da região que neste período estão a apoiar as famílias mais carentes, em Angola o governo delega essa responsabilidade à outras famílias angolanas. O cidadão não sente a acção do governo na dispensa da sua casa.

No país cresce o trabalho infantil, tal como crescem a delinquência, prostituição e outros fenómenos sociais.

Apesar do discurso oficial ser favorável ao combate a pobreza e das acções ilícitas e imorais, a prática dos governantes tem funcionado como catalizador na criação de condições propícias para  o aumento da corrupção, nepotismo, bajulação.

No capitulo das liberdades, o governo reprime a opinião diferente com meios cada vez mais sofisticados.

Do estrangeiro chegam sempre “amigos de Angola”, atraídos pelo petróleo e outros recursos naturais, que vem na fraqueza dos políticos oportunidade para debicar seu pedaço do bolo, ignorando o povo.

 

País com potencial

Bem-estar social, é palavra que poucos angolanos conhecem, mas deve ser o fim primeiro e último de qualquer governo do povo.

Angola tem quase tudo para que os angolanos vivam bem, tendo acesso a todos os serviços sociais e com garantia de um futuro bom as futuras gerações, falta-lhe um governo que coloque o angolano no centro das prioridades da governação.

O clima do país  é favorável, os dos solos férteis e as riqueza naturais inestimáveis. O povo é humilde e generoso.

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