O Presidente da República tem a sensibilidade de mandar uma mensagem quando um grupo de meninas faz uma live, manda condolências quando morre um cidadão na Europa ou América, mas não se pronuncia sobre os recentes assassinatos perpetrados por agentes da Polícia Nacional e que vitimaram, só em Luanda, mais de duas dezenas de angolanos, de março.
Para o activista Bernardo Sangombe, o silêncio do comandante em chefe coloca-o numa situação de cumplicidade e não ajuda para uma mudança de comportamento no seio das forças de segurança.
As vitimas, além de serem jovens que cuidavam de famílias, tinham muito ainda por fazer no país, afirmou.
Das autoridades, lamentou Sangombe, a mensagem continua a ser de intimidar o cidadão e lembrou que foi o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, quem accionou o comando quando afirmou em rede nacional que a “Polícia não está para distribuir chocolates”.
O activista lamentou ainda a lentidão dos órgãos de justiça, que levam o cidadão a entender “uma certa cumplicidade” com a Polícia.
Diante do crescente sentimento de insegurança que toma conta do cidadão, Bernardo Sangombe, pede reforma na Polícia, que passam pela nomeação de novos responsáveis, melhorar os critérios de selecção e reformulação das matérias a leccionadas durante a formação policial.