Sistema judicial tornou-se centro da corrupção acusa Rafael Marques lamentando que PR enterra seu capital político para proteger juíz corrupto

O jornalista investigativo Rafael Marques criticou severamente o sistema judicial angolano, acusando-o de ser o epicentro da corrupção no país.

Em uma entrevista à Voz da América, Marques apontou várias acusações de corrupção contra o presidente do Tribunal Supremo, que atualmente julga casos de grande corrupção envolvendo figuras proeminentes do antigo regime.

“Na era de José Eduardo dos Santos, o então Procurador Geral da República, João Maria de Sousa, pelo menos respondia às minhas queixas antes de transformá-las em ações contra mim. Agora, sob o atual Procurador Geral, minhas queixas são completamente ignoradas”, lamentou Marques.

Marques expressou desapontamento com a falta de reformas no poder judicial durante a administração de João Lourenço, argumentando que não há esforços suficientes para garantir que o sistema judicial opere com imparcialidade e autonomia. Ele contrastou a situação do ex-presidente do Supremo, Rui Ferreira, que foi “forçado” pelo PR a renunciar após denúncias, com a do atual presidente Joel Leonardo, que continua no cargo apesar das críticas. “Por que Lourenço está disposto a sacrificar todo o seu capital político para proteger Joel Leonardo?”, questionou o jornalista.

Além disso, Marques destacou a deterioração da situação socioeconômica de Angola e a queda drástica da popularidade do presidente Lourenço. Também criticou a falta de reformas na administração pública que pudessem minimizar a corrupção, que, segundo ele, está em níveis ainda mais altos do que durante o governo de José Eduardo dos Santos, mesmo com menos recursos disponíveis. “Nada está sendo feito para combater o aumento da corrupção ao nível das instituições do Estado”, afirmou.

O jornalista concluiu comentando sobre o caráter dispendioso do governo atual, com viagens consideradas inúteis e ministros ineficazes.

Durante os governos de José Eduardo dos Santos e de João Lourenço, Marques continuou apresentando queixas contra altos funcionários do governo por corrupção, evidenciando um padrão persistente de impunidade e má gestão.

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