Vera Daves investe pesado na promoção da sua imagem em Meio à Crise Econômica

A ministra das Finanças, é acusada de promover uma campanha de marketing para mitigar o impacto das acusações envolvendo o seu marido no esquema da dívida pública e para se desresponsabilizar da da crise econômica aguda, com o aumento de cidadãos procurando comida no lixo.

Críticos alegam que Vera Daves está investindo significativamente na própria imagem e na promoção de seu trabalho, numa tentativa de parecer que tem realizado um excelente trabalho, embora a realidade econômica do país se deteriore a cada dia. Analistas comparam a economia angolana a um paciente em estado crítico no bloco operatório de um hospital, rodeado de anestesistas mas sem um médico para executar a operação.

A situação se agrava com o aumento dos preços dos produtos da cesta básica em janeiro deste ano, ultrapassando os valores do mês de dezembro, período que geralmente já testemunha uma elevação generalizada de preços. Dentre os aumentos notáveis, o preço de uma caixa de peixe agora excede o salário mínimo nacional, enquanto o custo do arroz corresponde a cerca de 78% deste valor. Esses aumentos refletem diretamente no poder de compra das famílias angolanas, que veem os principais produtos de sua dieta tornarem-se cada vez mais inacessíveis.

Por exemplo, a coxa de frango, um dos itens mais consumidos, sofreu um aumento de preço de 37,5%, saltando de 15-16 mil kwanzas por uma caixa de 10 quilogramas em dezembro para 22 mil kwanzas. Além disso, embora seja possível encontrar a caixa sendo vendida por 18.900 kwanzas em alguns armazéns, a qualidade destes produtos é questionável. O arroz, outro essencial da dieta angolana, teve seu preço aumentado em 25%, com o saco de 25 kg sendo vendido a 25 mil kwanzas, um aumento significativo em relação ao ano anterior.

Além da preocupante situação econômica, críticos dizem que a investida da ministra na autopromoção tem a ver com os danos criados após denúncias de que o esposo estaria usando sua posição de ministra para intermediar a cobrança de dívidas públicas de empresários ao estado, retendo grandes comissões por esses serviços. Esta prática teria gerado insatisfação significativa na classe empresarial, que afirma enfrentar dificuldades para receber pagamentos diretamente do estado devido a essas “interferências as vezes invisíveis”.

Enquanto a ministra se preocupa em mostrar a sociedade que tem feito um excelente trabalho, a realidade a desmente com os números da inflação a dispararem e a escassez de divisas se acentuando nos bancos.

A população e o setor empresarial precisam por ações concretas para aliviar a pressão econômica e não de medidas de faz de contas, dizem.

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