Edson N’Dalo Leite de Morais, filho de José Pedro de Morais ex-membro do governo do ex-presidente José Eduardo dos Santos, recebeu um total de quatro milhões de euros da construtora Odebrecht, parte principal do maior escândalo de suborno da América Latina.
De acordo com reportagem do jornal jornal EL País, a gigante da construção brasileira que estrelou a maior trama de suborno da América Latina, alimentou com milhões de fundos uma conta bancária em Andorra, usada para comprar uma dúzia de veículos de luxo e dois navios. Cadillac Escalade, Mercedes, Range Rover …
Edson de Morais, sócio da National Distillers, empresa que produz o famoso wisky Best Whisky foi o beneficiário das transferências.
Por meio da Klienfeld, adianta a fonte, a empresa sem actividade utilizada pela construtora para comprar as vontades de políticos e altos funcionários, a Odebrecht transferiu um total de quatro milhões de euros entre 2008 e 2009 para uma conta na Banca Privada d’Andorra (BPA) do economista Edson N’Dalo Leite de Morais, de acordo com documentos a que o EL PAÍS teve acesso.
Os pagamentos foram solicitados através de transferências internas, um sistema que não deixa rastros. E o dinheiro viajou da conta BPA da empresa instrumental da Odebrecht para a de Leite de Morais, que camuflou o seu nome em homenagem à empresa panamenha Barton International S.A.
A conta do empresário angolano em Andorra foi alimentada pelos quatro milhões que o gigante brasileiro da construção lhe transferiu através de Klienfeld, um comerciante incorporado na ilha caribenha de Antígua e Barbuda. “Esta é a assinatura da construtora brasileira que costumava pagar subornos”, afirma a inteligência de Andorra num relatório.
Leite de Morais faturou as suas compras de barcos e carros de luxo através da empresa Emirais LDA e não através da Barton International SA “É economicamente inconsistente”, excluiu a Uifand, que sustenta que o filho do antigo Ministro das Finanças não justificava no banco do principado dos Pirinéus “o actividade da Barton International SA ”.
Os pesquisadores de Andorra, onde a Odebrecht é investigada judicialmente desde 2015 por usar o BPA para pagar propinas, sustentam que “não é possível saber quem é o verdadeiro dono dos fundos do Leite de Morais”. E eles enquadram as suas compras de produtos de luxo em “um sistema de integração de fundos”.Um relatório da Unidade Andorran de Inteligência Financeira (Uifand), em junho passado, questiona que Leite de Morais, um empresário com interesses em Angola e no Brasil, é o verdadeiro dono desses fundos. E ele sustenta que a sua conta foi usada para “pagar terceiros”.
Assim, os depósitos de Leite de Morais transferiu em 2009 um total de 101.000 euros para José Pedro de Morais, governador do Banco Nacional de Angola e ministro das Finanças entre 2002 e 2008. Esse ex-membro do governo do ex-presidente José Eduardo dos Santos juntou o dinheiro em duas contas americanas do Bank of America e Eurobank. Este jornal tentou, sem sucesso, entrar em contacto com Edson Leite de Morais e José Pedro de Morais.
O depósito do suposto economista também foram usados para pagar um catamarã (178.000 euros), um caminhão (257.000), um Mercedes Benz (132.000), um camião Ford F550 (85.000), jet skis e quadriciclos.
Edson N’Dalo Leite de Morais, vive uma vida de ostentação desavergonhada com fundos de origem duvidosa. Há algum tempo pagou 200 mil dólares para assistir a um combate de boxe.
O seu pai, José Pedro de Morais, que já foi ministro das Finanças, governador do BNA, no tempo das vacas gordas, tem um património que se estima, ultrapassa os 2,5 bilhões de dólares americanos, conseguido através de esquemas que terão beliscado os cofres do Estado.
Em Angola, os seus interesses passam pela banca (Ex-BANC, BNI, Banco Keve), empresas de seguros (Global Seguros), jogo de sorteios como totoloto (FININGEST) e casino, fazendas no Kwanza-Sul, rede escolar, hotéis. Os seus interesses se cruzam também com a Coca-Cola Bottling Luanda. No Brasil tem interesses no ramo imobiliário e em Maiami (EUA) onde tem a segunda residência, desenvolve outra actividade económica.
Em Luanda, o ex governante vive no luxuoso condomínio Riviera, situado numa zona nobre.
Com info/ EL País