O ex-acionista do EuroBic, Fernando Teles, alerta para a “entrega” de bancos portugueses a instituições espanholas após a sua venda “forçada” ao Abanca. Quatro anos após o escândalo do Luanda Leaks, o EuroBic foi vendido ao Abanca, num negócio avaliado em mais de 300 milhões de euros, posicionando o banco galego como o sétimo maior em Portugal, com mais de 300 mil clientes.
Fernando Teles, que liderava o grupo de investidores que vendeu uma fatia de 57,5% do EuroBic por 175 milhões de euros, declarou que foi forçado a vender a sua participação devido à sua parceria com Isabel dos Santos, que lhe causou constrangimentos internacionais, particularmente com o Banco Central Europeu (BCE), que exigiu a venda de 100% do banco.
“O negócio está concretizado. Não estou muito feliz, pois fui obrigado, forçado, a vender a minha posição por causa da parceria com Isabel dos Santos, que me causou constrangimentos a nível internacional, nomeadamente com o BCE, que obrigou à venda de 100% do banco”, afirmou Fernando Teles ao Jornal Económico. O empresário arrecadou 114 milhões de euros com a venda da sua participação de 37,5%, além de ações pertencentes a outros acionistas angolanos, como Luís Cortez dos Santos, Manuel Pinheiro Fernandes e Sebastião Lavrador (cada um com 5% do capital), e mais 5% detidos por cinco quadros de gestão do EuroBic.
Fernando Teles sublinha que, “face às aquisições de bancos portugueses por espanhóis, quando houver concorrência entre empresas em projetos que precisem de ser financiados, é natural que as espanholas tenham mais facilidades do que as portuguesas”.