O Grupo Carrinho está sendo acusado de comprar produtos agrícolas roubados de pequenos agricultores.
A denúncia foi feita pelo site de notícias Na Mira do Crime, que ouviu diversos agricultores afetados pela situação.
Conforme relatado, os agricultores enfrentam uma onda crescente de roubos em suas propriedades. Indivíduos movidos pelo lucro fácil invadem as lavouras, colhem produtos antes da maturação e os vendem. Essa prática tem causado prejuízos significativos aos agricultores, que dependem exclusivamente da agricultura para a sua subsistência.
David Savitela, agricultor do município de Chinguar, no Bié, descreve um cenário desolador. Ele relatou que os “gatunos” arrancam os produtos ainda verdes, comprometendo a qualidade e a viabilidade comercial. Savitela lamentou a situação, afirmando que a fraca produção deste ano é diretamente atribuída a esses atos de pilhagem, deixando muitas famílias à beira da fome.
Alfredo Sandalu, agricultor de citrinos na embala Chitundu, relatou uma realidade semelhante. Após repetidos roubos, ele tomou a drástica decisão de arrancar todas as suas tangerineiras e laranjeiras, preferindo perder a plantação a continuar sendo vítima dos ladrões. Sandalu destaca a frustração e o desespero que permeiam as comunidades rurais devido à falta de apoio e proteção.
Verónica Muhamba, outra agricultora afetada, conta que os ladrões levaram toda a sua colheita de mandioca, banana, batata-doce, entre outros produtos. Ela lembra um episódio recente em que encontrou homens armados arrancando mandioca de sua lavoura, e apesar de ter pedido ajuda à sua comuna, nada pôde ser feito.
Segundo Na Mira do Crime, a acusação contra o Grupo Carrinho é grave, pois envolve a compra de bens de origem duvidosa. Embora a empresa seja elogiada por facilitar a comercialização de produtos das zonas de cultivo, essa prática também está criando um mercado lucrativo para os ladrões, incentivando-os a continuar pilhando as lavouras.