Angola alcançou um acordo significativo com o Banco de Desenvolvimento da China para liberar fundos previamente garantidos e aliviar a pressão da dívida do país, revelou a Ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, ao Financial Times.

Esse entendimento permitirá que Angola acesse entre 150 a 200 milhões de dólares mensais para o pagamento de juros de um empréstimo de vários milhares de milhões de dólares, evitando uma reestruturação mais ampla da dívida.

Após uma moratória de três anos concedida pelos credores chineses devido à pandemia de Covid-19, o reinício dos pagamentos em 2023 exacerbou a recessão econômica de Angola e desvalorizou sua moeda, o kwanza. A dívida de Angola com a China é estimada em 17 bilhões de dólares, representando mais de um terço de sua dívida total, principalmente em forma de empréstimos garantidos por petróleo.

Durante a pandemia, o governo angolano continuou a fazer pagamentos de suas obrigações em dólares americanos, e o Banco de Desenvolvimento da China exigiu que Angola depositasse uma caução mínima de 1,5 bilhões de dólares como garantia. A ministra destacou que a liberação desses fundos permitirá que Angola pague sua dívida mais rapidamente, sem necessidade de reestruturação formal.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China elogiou o papel das instituições financeiras chinesas no desenvolvimento de Angola e na melhoria das condições de vida da população local, destacando as relações amigáveis e aprofundadas entre ambos os países em relação aos empréstimos.

Angola tem enfrentado desafios significativos com a queda na produção de petróleo e a saída do acordo com a OPEP, buscando diversificar sua economia para setores como agricultura e turismo.

A ministra das Finanças expressou otimismo sobre o futuro, enfatizando os esforços em curso para reduzir a dependência do petróleo e fomentar o crescimento dos setores não petrolíferos.