Nos últimos meses têm sido verificados, com frequência, apagões gerais no fornecimento de energia eléctrica, um pouco pelo País, como tem constatado o Correio da Kianda e demais consumidores. Semana passada um apagão deixou cerca de 10 províncias de Angola sem eletricidade, o terceiro registado num curto espaço de tempo.
Consta que, no dia 20 de Novembro do ano passado, 2019, no caso, um corte geral no sistema de fornecimento de energia deixou, praticamente, metade do país às escuras. E, em pouco mais de trinta dias, isto é, a 09 Dezembro do mesmo ano, quase metade do país voltou a ressentir-se do mesmo falhanço, com todas as consequências possíveis resultantes do problema que, aos poucos, vai sendo uma narrativa habitual entre governantes e governados, como referem entendedores da matéria.
A 16 de Abril do ano em curso, o País voltou a registar um novo apagão que afetou as províncias de Luanda, Bengo, Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Bié, Malanje e Zaire, cuja justificação, considerada por muitos como cínica, é resumida em falha técnica, sem mais detalhes sobre o problema que, pelo andar das coisas, parece estar a ser tratado com uma normalidade anormal.
No entanto, se de um lado estão autoridades competentes que minimizam o problema, por outro estão especialistas que entendem que a situação é anormal e, por isso, gostariam ouvir, daqueles, mais e melhores explicações. Justificam tal argumento porque, entendem, que os apagões reiterados expõem fragilidades do sistema elétrico angolano e põe em risco a sua confiabilidade, sublinham.
“Nos dias de hoje e com os avanços tecnológicos, resultante dos investimentos milionários feitos pelo governo angolano, não é admissível que um defeito na rede de distribuição arraste todo o sistema integrado. lê -se num documento sobre análise de “black-outs” no sistema eléctrico angolano, que o Correio da Kianda teve acesso.
Uma fonte ligada a ENDE ouvida pelo Correio da Kianda, afirma que não é expectável que um simples curto circuito, arraste toda a rede.
Recorde-se que com objectivo de evitar “Black-Outs”, em 2019, as autoridades angolanas contrataram a APROT, uma empresa criada em 2017 em São Paulo / Brasil, e em Novembro do mesmo ano em angola.
Passado quase um ano, a solução parece estar distante de ser encontrada, porquanto, como dissemos acima o sistema eléctrico continua a ter falta de confiabilidade e protecção.
A contratação da empresa APROT, gestora do sistema eléctrico tem estado a levantar desconfianças por parte de operadores do ramo, já que, dizem, não ter capacidade suficiente comprovada para suportar a rede nacional.
“Como é que uma empresa recém criada, no brasil e meses depois aqui, como filial, sem provas dadas no mercado brasileiro, sem histórico no sector, consegue um contrato tão importante para o reforço da estabilidade e implantação do controlo Automático de Geração (CAG) no sistema eléctrico interligado de angola? Questionam individualidades ligadas ao sector.
O Correio da Kianda sabe que o processo de contratação da referida empresa não foi transparente pelo que trará, nos próximos dias mais detalhes sobre o mesmo com envolvimento de altas figuras do ramo e as promiscuidades que marcaram o processo.