Enriquecido por José Eduardo dos Santos
O traficante de armas Pierre Falcone, nasceu a 19 de Março de 1954 na Argélia, é um empresário com várias nacionalidades (angolana, Suíça, francesa), Presidente do Pierson Capital Group, com atividade em desenvolvimento imobiliário, infra-estruturas de transporte e serviços petrolíferos em África, na América Latina e na China.
Amigo pessoal de de José Eduardo dos Santos, ex Presidente da República de Angola, desempenhou papel relevante na venda a Angola de armas, quando o governo liderado por este último, ficou sob embargo das Nações Unidas.
Tem as actividades e conexões na América do Norte, onde também tem residência, nos sectores de publicidade e petrolífero em colaboração com um traficante da Virgínia que trabalhou tanto para a CIA como para Saddam Hussein, antigo ditador do Iraque.
Decorria a guerra civil em Angola, em 1993, quando o governo de José Eduardo dos Santos estava a ser acossado pela actividade da UNITA, que fora apoiada pelos Presidentes Reagan e Bush (pai).
As compras de armas tinham sido proibidas pelos acordos de Bicesse. Desesperado, o Presidente angolano recorreu a Jean-Bernard Curial, militante do Partido Socialista Francês, a ver se Paris poderia armar o seu regime, apesar de alguns membros do governo de Eduardo Balladur serem simpatizantes da UNITA.Curial pediu conselho a Jean-Christophe Mitterand e este colocou-o em contacto com Falcone.
Em Novembro de 1993, Falcone e Gaydamak montaram um esquema de vendas armas para Angola no valor de 47 milhões de dólares. No ano seguinte verificou-se uma transacção equivalente a 563 milhões. Estima-se que entre 1993 e 2000, o esquema tenha ultrapassados 790 milhões de dólares americanos.
O fornecedor, em ambos os casos, foi a empresa eslovaca em que Falcone detém interesses, que reuniu as armas na Rússia, na Bulgária e na Ucrânia.
Atolada, a UNITA viu fecharem-se as portas em vários países onde apoios e a perder terreno no campo militar. O Presidente José Eduardo dos Santos explorou a vantagem e em Fevereiro de 2002, anunciou ao país e ao mundo a morte do seu rival político, Jonas Savimbi, líder da UNITA e o fim da guerra no país.
Com a venda de armas, só Pierre Falcone abocanhou 270 milhões de euros em comissões, caso que acabou sendo conhecido como “Angolagate”.
Decorria o 1996, Angola devia à Rússia US $ 5 bilhões, o que equivalia a dois terços do seu PIB. Pierre Falcone e o seu sócio Arcadi Gaydamak, “ofereceram-se” para “ajudar” a negociar essa dívida e encontrar a consequente redução.
Dos Santos não vacilou, já que empresários que os dois o “ajudaram” no passado a contornar as sanções do comércio de armas da ONU.
Os dois esboçaram um plano e conseguiram que a Russia reduzi-se significativamente a divida Angola.
Sob um plano de pagamento restruturado, Angola pagaria à Rússia US $ 1,5 bilhão, uma redução de 70% da dívida original, a uma taxa de juros de 6%. Após um período de carência de cinco anos, Angola pagaria a dívida (incluindo juros acumulados) em 31 parcelas ao longo de 15 anos.
O Banco Central de Angola deu ao governo russo 31 notas promissórias – um acordo para uma parte pagar uma dívida ao portador da nota em um determinado horário.
Falcone e Gaydamak usaram esse novo acordo para fazer uma fortuna, juntamente com JES e outros dirigentes angolanos.
Com o fim da guerra e com as atenções voltadas a reconstrução do país, dos Santos aumentou também a corrupção, o saque ao erário e o enriquecimento dos parente e amigos. Concedeu passaporte diplomático ao seu amigo Falcone, além de outros oportunidades para pilhar o país.
Agradecido com o gesto do seu amigo intimo, Pierre Falcone desenhou novos planos para assaltar sistematicamente o tesouro do estado angolano. Em 12 de dezembro, a Reuters informou que US $ 1,5 bilhão dos US $ 3,5 bilhões que Angola ganhou em 2000 com as exportações de petróleo não foi contabilizado. Falcone, teve participação directa no esquema de desvio do petróleo angolano, na importação de alimentos, venda de diamantes.
Segundo a The Economist, o empresário participou em 2005 num esquema de compra do petróleo angolano a USD 55, e que vendia à China pelo preço de mercado, que chegou a estar muito acima dos USD 100.
Quando Pierre Falcone foi preso em França, acusado de comércio ilegal de armas por ter negociado com Angola sem autorização da agência governamental francesa que coordena as exportações de armamento e pelo suborno de numerosas personalidades, a começar por Jean-Christophe Mitterand, filho do antigo Presidente François Mitterand, e por não ter pago impostos sobre as suas transacções com Luanda, o ex-Presidente angolano terá pago 50 milhões de dólares a Alexandre Djouhri, intermediário próximo do ex- Presidente da França Nicolas Sarkozy para “comprar” o julgamento, em Paris, como narrou no livro “La Republique des Mallettes” (“República das malinhas”, edições Fayard), o jornalista Pierre Péan.
Dos Santos queria a libertação de Falcone e a retirada das acusações de tráfico de armas contra Angola, coisa que não aconteceu tão cedo. Falcone foi condenado a seis anos de prisão efectiva pela justiça francesa, sendo libertado, em recurso, pelo Tribunal da Relação, apenas a 29 de abril de 2011, que o limpou de praticamente todas as acusações.
No julgamento do ‘Angolagate’, em Paris, a acusação sustentou que o empresário Pièrre Falcone, cérebro do negócio da venda de armas russas a Angola, pagou mais de 500 mil euros em dinheiro vivo a 50 acompanhantes de altos funcionários angolanos.
Três das jovens garantiram, em tribunal, que apenas serviram o chá e o café.
Enriquecido por José Eduardo dos Santos
Enriquecido por José Eduardo dos Santos