O cadastramento do extinto Batalhão de Transportes da Casa Militar do Cuando Cubango e da companhia de Transportes da Casa Militar do Kwanza-Sul criados por iniciativa do general Eusébio de Brito Teixeira, apurou a existência de 234 efectivos legais, ao contrário do registo de 3.005 militares.
Quadros que viram os seus salários cancelados face à investigação, referem que Eusébio de Brito Teixeira beneficiou dos recursos dessas entidades.
A Eusébio de Brito Teixeira, alto oficial castrense, com o patrocínio do então ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Hélder Kopelipa, é atribuída, entre outras coisas, a autoria da criação da companhia de Transportes da Casa Militar do Kwanza-Sul, constituindo-se, assim, no “epicentro” do caso Lussaty.
Uma fonte da Procuradoria-Geral da República que reage ao NJ às declarações prestadas numa conferência de imprensa realizada há semanas por uma comissão representativa dos efectivos da Casa Militar do Cuando Cubango, que se queixa do bloqueio das suas contas bancárias e manifesta-se contra o encerramento da referida unidade na província, como resultado da investigação que culminou naquilo que se denominou como caso Lussaty, aponta que a Casa Militar no Cuando Cubango passou a satisfazer interesses alheios para os quais foi concebido.
Segundo a fonte, a PGR apurou que a aludida estrutura militar ligada à protecção do anterior Chefe de Estado no Cuando Cubango foi criada em 2005, com encargos financeiros de pouco mais de mil milhões de kwanzas (2 milhões de dólares) apenas com salário mensal do pessoal, dinheiro que era levantado fisicamente no BPC em caixas e transportado por via aérea para Menongue, sob responsabilidade do Major Lussaty e da sua equipa integrada por outros oficiais da unidade especial de Desminagem da Casa Militar.