A Comunidade Económica dos Estados da África Central está em sobressalto. Relatórios confidenciais denunciam a má gestão do presidente da Comissão da CEEAC, Gilberto da Piedade Veríssimo. O angolano, bastante contestado internamente, enfrenta agora uma moção de rejeição.
Gilberto da Piedade Veríssimo enfrenta uma moção de rejeição. Uma sanção que significa que o angolano não cumpriu as suas funções. “Isso mostra que ele não está no lugar certo e não tem competências suficientes“, avançou à RFI um quadro da comissão da CEEAC.
Em Agosto de 2020, quando chegou ao posto, o diplomata recebeu várias tarefas, nomeadamente a de adoptar um regulamento interno, especificar as funções de vários altos responsáveis, entre outras. Mas, nada terá sido feito. Os funcionários queixam-se da sua gestão, que qualificam de autoritária e opaca, além da violação dos procedimentos.
O assunto chegou aos mais altos patamares da organização. Um relatório de peritos destacou as falhas, nomeadamente “a fraca implementação das recomendações” da CEEAC.
A 26 de Fevereiro, os chefes de Estado-maior da organização confirmaram a moção “considerando os resultados aquém das tarefas atribuídas”, como se pode ler na acta da reunião.
A isto, acrescentou-se um relatório crítico dos ministros das Finanças, incidentes diplomáticos e um funcionamento interno cada vez mais desorganizado: “Ninguém consegue cumprir as suas missões. Ele bloqueia tudo“, denuncia um empregado desapontado.
A sanção está, portanto, em cima da mesa e será examinada esta terça-feira, 06 de Março, pelos embaixadores dos Estados-membros, antes dos ministros. Por fim, os chefes de Estado devem tomar uma decisão no sábado, 09 de Março.
“Se adoptarem a moção, será a primeira vez na história da CEEAC. Com a moção aprovada, Gilberto da Piedade Veríssimo só tem pela frente o caminho demissão“, confiou uma fonte da organização ao jornalista da RFI em francês Sébastien Németh.
Fonte: RFI