O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva chega a Luanda, capital de Angola, nesta sexta-feira, 25/8, para uma visita oficial de dois dias, a primeira do actual mandato e a terceira de Lula desde 2003. A escala será na sequência da série de compromissos na Cúpula de chefes de Estado do BRICS, na África do Sul.
Na sexta-feira, Lula tem duas reuniões bilaterais com o presidente de Angola, João Manuel Lourenço. A primeira será reservada e a segunda, ampliada, com participação de mais representantes dos dois países. Os governos brasileiro e angolano vão assinar acordos de cooperação nas áreas de agricultura, processamento de dados, apoio a pequenas e médias empresas, saúde e educação.
Na sequência, Lula fará uma visita e um pronunciamento à Assembleia Nacional de Angola. No fim do dia, participa do encerramento de um seminário com empresários dos dois países. O evento prevê a presença de uma delegação de cerca de 60 representantes de empresas brasileiras dos ramos de alimentos, produtos farmacêuticos, aviação e máquinas agrícolas, entre outros.
Para o sábado, 26/8, está prevista uma visita do presidente ao Instituto Guimarães Rosa, em Luanda, mantido pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil em 24 cidades do mundo para promoção da cultura nacional. Lula participa da inauguração da Galeria Ovídeo de Melo, homenagem ao embaixador brasileiro em Luanda em 1975, ano em que o Brasil se torna o primeiro país a reconhecer a independência de Angola.
Cooperação – Angola é o único país do continente africano, além da África do Sul, com o qual o Brasil tem uma Parceria Estratégica. O acordo foi assinado em 2010, durante o segundo mandato do presidente Lula.
Segundo a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), os dois países mantêm sete projetos de cooperação em execução e os governos discutem a implementação de outros três, nas áreas de saúde e educação. Além disso, projetos nas áreas de meio ambiente, geoprocessamento, geologia, saúde, energia, urbanização e segurança pública estão em estudos.
Uma das acções brasileiras de destaque no país é o Programa de Desenvolvimento Regional do Vale do Cunene, região no sul de Angola que foi castigada pela seca nos últimos anos. A iniciativa, com participação da Embrapa, tem como objetivo ampliar a agricultura local com técnicas de plantio e irrigação semelhantes às que foram utilizadas no Vale do rio São Francisco, no Nordeste brasileiro.