A Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) remeteu, há dois anos, à Procuradoria-Geral da República (PGR) — através do Serviço Nacional de Contratação Pública (SNRA) — um dossier a dar conta de que, na esfera particular angolana, existem quatro aeronaves compradas com fundos desviados do erário.
A denúncia foi avançada na edição desta sexta-feira, 28, do jornal O País, tendo o denunciante manifestado alguma estranheza com o tempo que está a levar a PGR para esclarecer e dar tratamento ao caso.
“O dossier relacionado com estes bens foi encaminhado há sensivelmente dois anos ao SNRA”, contou a fonte de O País, referindo que é “tempo mais do que suficiente para que se soubesse de alguma coisa”.
Segundo a fonte, entre as aeronaves, estão duas do tipo Airbus 315, uma Airbus 350 e um Falcon — activos a recuperar pelo Estado, no âmbito do combate à corrupção e de infracções conexas na administração pública.
O denunciante, que se mostrou algo inconformado com o andamento do dossier, disse que “esperava que fossem marcados os passos subsequentes, com vista a sua apreensão e a responsabilização dos seus detentores, entretanto, até à data presente não se sabe de nada”.
Recordar que o Presidente João Lourenço reconduziu, na terça-feira, 25, ao cargo de procurador-geral da República, para mais um mandato de cinco anos, Hélder Pitta Gróz, tendo a procuradora Inocência Pinto sido nomeada vice-procuradora-geral.
A IGAE é o órgão auxiliar do Presidente da República e titular do Poder Executivo, com a missão de efectivar o controlo interno administrativo da Administração Pública, por via da inspecção, fiscalização, auditoria, supervisão, controlo, sindicância e averiguações da actividade de todos os órgãos, organismos e serviços da administração directa e indirecta do Estado, bem como das administrações autónomas.