Uganda rejeita “coação” do Banco Mundial devido a lei anti-homossexualidade

O Presidente de Uganda, Yoweri Museveni, rejeitou a “coação” do Banco Mundial, que na terça-feira anunciou que não financiaria este país africano por causa da promulgação de uma polémica lei anti-homossexualidade.

“Quero informar toda a gente, a começar pelos ugandeses, que o Uganda vai desenvolver-se com ou sem empréstimos”, afirmou Museveni na quarta-feira, na sua conta oficial da rede X (antigo Twitter).

“Por isso, é lamentável que o Banco Mundial e outros atores se atrevam a querer coagir-nos a abandonar a nossa fé, cultura, princípios e soberania, usando dinheiro. Eles subestimam realmente todos os africanos”, acrescentou.

Museveni garantiu que não precisam “da pressão de ninguém para saber como resolver os problemas” da sua sociedade e que vão continuar as conversações com o Banco Mundial para evitar “esta deriva”, tanto quanto possível.

Após a promulgação da polémica, em maio, da lei anti-homossexualidade, que prevê a pena de morte para alguns atos homossexuais e tem sido condenada a nível internacional e sobretudo por grupos de defesa dos direitos humanos, o Banco Mundial enviou uma equipa para o Uganda e determinou que eram necessárias medidas adicionais para garantir que os projetos estivessem em conformidade com as normas ambientais e sociais do banco.

“Nenhum novo financiamento público ao Uganda será apresentado ao nosso Conselho de Administração Executivo até que a eficácia das medidas adicionais tenha sido testada”, afirmou o Grupo do Banco Mundial em comunicado na passada terça-feira.

“O nosso objetivo é proteger as minorias sexuais e de género da discriminação e da exclusão nos projetos que financiamos”, declarou a organização.

De acordo com a lei promulgada, qualquer pessoa que “promova conscientemente a homossexualidade” pode ser condenada a uma pena de prisão até 20 anos, uma disposição que não foi alterada em relação ao projeto de lei original.

A legislação foi fortemente criticada pelas Nações Unidas, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, bem como por organizações de defesa dos direitos humanos.

Fonte: Lusa

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