Em toda a África Subsaariana, os regimes que governam ininterruptamente Angola (MPLA), Moçambique (FRELIMO) e Zimbabué (ZANU-PF) já enfrentavam crises existenciais antes do brutal impacto económico do Covid-19.
Crises que têm como actores principais a corrupção e miséria social, que os novos líderes têm tentado imputar aos seus antecessores – José Eduardo dos Santos (Angola), Armando Guebuza (Moçambique) e Robert Mugabe (Zimbabué). Com as devidas diferenças, também a corrupção dos tempos de Jacob Zuma contaminou o ANC e a política sul-africana.
Com a miséria a alastrar, a situação social no Zimbabué dá sinais de ruptura, e apenas a violência de Estado consegue manter a ZANU-PF no poder. Da base ao topo da “pirâmide”, cresce a impaciência dos jovens e da nova geração dentro dos partidos históricos, quanto à propalada “renovação”, que muitos consideram uma fachada. Em Angola e Moçambique, por quanto tempo mais MPLA e FRELIMO conseguirão segurar o descontentamento popular, em tempos de pandemia? Irão os partidos-Estado da África Subsaariana sobreviver ao Covid-19?
Africa Monitor