Desde 2008, a Sonangol, a maior empresa estatal de Angola, tem relatado ter um excesso de recursos humanos. Desde então, os recrutamentos clandestinos continuam, avançam as denúncias de empregados, que relatam que, a maior parte dos funcionários contratados foi por meio de “bilhetinhos” enviados por membros influentes dos serviços de segurança, do partido no poder e do Palácio Presidencial.
Antigos funcionários denunciam máfia na contratação de trabalhadores na Sonangol. Petroleiros demitidos pela empresa enfrentam repressão policial em sua luta por direitos. O Sindipetro-RJ expressa solidariedade à resistência desses trabalhadores que buscam direitos assegurados pela legislação angolana e que enfrentam violência da Polícia Nacional em frente à sede da empresa.
Na tentativa de receber o que lhes é devido e de reconquistar seus empregos, petroleiros angolanos realizaram protestos pacíficos e organizados durante quatro dias (de 10 a 13 de Junho) em frente à Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).
Mais de mil trabalhadores foram afectados pela decisão da empresa de não honrar o acordo sobre reclassificação e indemnizações. Eles foram demitidos entre 2016 e 2018 e buscaram justiça, mas o processo está estagnado.
“Exigimos receber o que nos é devido e recuperar nossos empregos. Não aceitaremos demissões injustas após termos contribuído para o crescimento do país, e sermos descartados sem mais nem menos”, declarou Vladimiro Chintala Pequenino, porta-voz do Coletivo de Trabalhadores Demitidos da Sonangol, durante o protesto.
O Colectivo acusa a Sonangol de contratar uma empresa de serviços terceirizados e, em seguida, proceder com demissões, desrespeitando os direitos dos trabalhadores previstos na legislação angolana.
As situações relatadas assemelham-se aos casos frequentemente denunciados envolvendo trabalhadores terceirizados em uma conhecida empresa petrolífera estatal brasileira.
O Decreto