Um estudo científico conclui que a resposta de Luanda à seca no sul de Angola, a pior em 40 anos, não produziu em três anos melhorias substanciais, em parte por ignorar as comunidades locais.
“A resposta à seca está inserida num padrão de governação que não dá muito espaço a entender e a acomodar os problemas, as necessidades e as visões das comunidades rurais. Também por causa da estrutura muito centralizada e hierarquizada da política em Angola, em que a maior parte das decisões saem do palácio presidencial” em Luanda, disse à Lusa o antropólogo Ruy Blanes, da Universidade de Gotemburgo, que liderou o estudo.
Os investigadores analisaram a resposta das autoridades angolanas à seca no sul do país desde 2019, quando as províncias do sul, nomeadamente Namibe, Cunene, Huíla, estiveram à beira de uma crise humanitária sem precedentes após quase uma década de seca.
Nessa altura, as Nações Unidas disponibilizaram a Angola 6,4 milhões de dólares (5,7 milhões de euros) para ajudar o Governo a fazer face à crise de seca no sul do país, que segundo as suas estimativas afetava então 2,3 milhões de pessoas.
Fonte: Dw